O Vitória de Guimarães considerou, esta quinta-feira, que a Superliga europeia “jamais fará sentido” e que as provas europeias devem ser disputadas por clubes que “consigam boas classificações nas respetivas ligas nacionais”.

“A ideia da criação de uma Superliga Europeia jamais fará sentido. O Vitória Sport Clube defende que as competições europeias só devem ser disputadas por clubes que consigam boas classificações nas respetivas ligas nacionais e jamais pelos emblemas que se destacam exclusivamente pelo seu poderio financeiro”, refere o comunicado assinado pela direção dos minhotos, divulgado no sítio oficial.

Convencido de que “as competições europeias devem continuar abertas, privilegiando-se assim a meritocracia desportiva”, o clube que disputou as pré-eliminatórias da Liga Conferência Europa nesta época mostra-se “claramente contra a conceção de uma Superliga” e crê que “semelhante competição gozaria de reduzida popularidade”, por não ir ao encontro dos “interesses dos clubes e dos adeptos”.

O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) considerou hoje que a decisão da FIFA e da UEFA de proibir atletas e clubes de participarem em competições privadas, nas quais se enquadra a Superliga, é contrária à legislação europeia e constitui abuso de “posição dominante”.

A decisão do mais alto órgão administrativo da UE não permite recurso e deve ser aplicada pelo tribunal espanhol que está a apreciar o caso, em resposta à denúncia apresentada em abril de 2022 pelas empresas gestoras do projeto desportivo - A22 Sports Management e European Super League.

Os espanhóis do Real Madrid e do FC Barcelona são os únicos ‘resistentes’ da Superliga europeia, projeto com 15 clubes fundadores, 12 deles revelados, que preconizava uma competição com 20 equipas, cenário contestado por diversos quadrantes, desde as estruturas da modalidade até aos governos nacionais, passando pelos próprios adeptos.

Inviabilizado em 2021, o projeto foi retomado em fevereiro de 2023, com a empresa A22 Sports Management a promover um modelo com 60 a 80 clubes, aberto, sem membros permanentes e alicerçado no mérito desportivo.

Na sequência da decisão proferida pelo TJUE, o diretor executivo da empresa, o alemão Bernd Reichart, difundiu a proposta de uma nova “competição europeia aberta”, com 64 clubes repartidos por três ligas masculinas e 32 por duas femininas, sob a promessa de existir a transmissão gratuita dos duelos através de uma plataforma de streaming digital.