Apesar de ter falhado pela primeira vez a conquista do campeonato nacional na sua época de estreia num clube, José Mourinho considera que realizou o seu «melhor campeonato de sempre» na Liga espanhola de 2010/11.
«Tem razão quando diz que foi a primeira vez que não ganhei o campeonato, mas foi o meu melhor campeonato de sempre. Foi o campeonato em que fiz mais pontos, foi o campeonato em que ganhei mais vezes, foi o campeonato em que marquei mais golos, foi um campeonato, muito, muito, muito, muito bom», disse.
Numa entrevista à agência Lusa durante a qual nunca citou o nome do FC Barcelona enquanto adversário, o treinador do Real Madrid reconheceu: «Mas, pronto, a realidade é essa, ficámos em segundo, ganhámos a Taça e chegámos até à meia-final da ‘Champions’ porque não nos deixaram chegar mais longe [sempre tendo como adversário o FC Barcelona]. Portanto, acabou por ser uma época boa, positiva para primeira».
Recordando que a sua história «diz que a segunda é sempre melhor do que a primeira», admitiu, no entanto, que «o futebol não é tão linear assim» e, por isso, não pode «de forma alguma dizer que esta época vai ser melhor do que foi a época passada».
«Mas neste início de época, desde o primeiro jogo particular que fizemos – e que foram sete, passando pelos dois jogos de Supertaça e pelo jogo de campeonato que fizemos –, a análise que nós fazemos da equipa é que a equipa está melhor em muitos aspetos e tem, de facto, condições para fazer melhor do que aquilo que fez o ano passado», sustentou.
O Real Madrid mudou a estrutura diretiva após Jorge Valdano ser substituído por José Angel Sánchez no cargo de diretor-geral, enquanto Mourinho passou a ter funções de “manager”, o que, no entanto, diz ter «pouco» significado.
«Porque, de facto, eu não consigo ser o treinador tradicional, que treina e só treina. Portanto, já fazia basicamente no passado o que faço este ano», afirmou, adiantando, porém, que agora o organigrama do clube «é diferente».
Agora, no centro de estágio de Valdebebas trabalha-se com «autonomia funcional» em relação ao estádio Santiago Bernabéu, «que é onde está o núcleo diretivo do clube», e «pela primeira vez» tem junto de si «um elemento da estrutura diretiva no dia a dia», Zinedine Zidane.
A autonomia funcional significa que Mourinho reporta «diretamente com o diretor-geral e com o presidente, não tendo nenhum tipo de interlocutor», mas «não muda grande coisa», porque sempre se preocupou «com aspetos que vão um bocadinho mais além da função mais tradicional daquilo que é um treinador».
«Pensamos que é muito mais fácil trabalhar deste modo, com muito maior autonomia dentro daquilo que é a equipa de futebol, com todas as estruturas adaptadas a este tipo de trabalho», disse.
Segundo Mourinho, o trabalho com o presidente Florentino Pérez e com José Angel Sánchez, «que são as pessoas de maior responsabilidade no clube», decorre «com empatia funcional, também com empatia emocional», porque são três homens que têm «uma relação ótima».
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