Aos 22 anos, com uma boa época no Benfica e o aval de Maradona na selecção argentina, Di Maria começou a mostrar – de forma mais consistente e regular – as qualidades de um futebol rápido, criativo e com momentos de magia.

Os tempos em que deu nas vistas no Rosário Central, o clube da sua cidade natal, começaram finalmente a vislumbrar-se na Europa e o extremo – que ganhou a alcunha de Di Magia – passou a ser falado como alvo dos maiores clubes europeus.

Capaz de um jogo directo e explosivo, o médio ala argentino também se começou a mostrar nos pequenos detalhes, capaz de inventar lances em espaço exíguo, ora para servir um colega ou ser ele mesmo a finalizar.

O Benfica, que pagou inicialmente seis milhões de euros por 80 por cento do seu passe, finalmente aproveitou, com o técnico Jorge Jesus, as qualidades do jogador.

Em paralelo, e depois de já ter brilhado no Mundial de sub-20 no Canadá (onde marcou três golos) e nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 – numa equipa com Messi, Aguero ou Riquelme -, Di Maria começou cada vez mais a ser falado.

O golo na final frente à Nigéria, nos Jogos Olímpicos, mostrava as características explosivas do extremo, que à saída do guarda-redes picou a bola para decidir a partida a favor da selecção sul-americana.

Desde aí foi um pulo até à selecção principal e sob a protecção de Diego Armando Maradona, um adepto incondicional do futebol de “Angelito” e que nunca abdicou de o chamar à equipa principal.

E mesmo ausente em quatro jogos da fase de qualificação, depois de ter sido expulso na goleada imposta pela Bolívia à Argentina, Maradona calou as vozes dos mais críticos e voltou a confiar no extremo.

Já em pleno Mundial da África do Sul e quando questionado em relação ao interesse do Real Madrid, Maradona foi perentório: “Podes comprar um jogador que passa duas vezes pelo adversário e pagas uma fortuna. Com Di Maria tens a garantia que passa sete vezes em cada 10. Está à venda, oxalá o vendam por 300 milhões e que ganhe todo o dinheiro que possa”.

A época foi frutuosa para o jogador, que se sagrou campeão nacional e venceu a Taça da Liga, marcou nove golos em todas as provas e assumiu-se como o futebolista com mais assistências no campeonato.