Joan Vilà Bosch foi a figura de uma conferência organizada pela Federação Portuguesa de Futebol e pela Faculdade de Motricidade Humana (FMH), pela forma como transmitiu a filosofia e os conceitos do futebol de formação do FC Barcelona.

“A bola é sempre a referência do nosso jogo, quando a temos queremos conservá-la, quando não a temos queremos recuperá-la o mais rapidamente”, foi um das frases-chave transmitidas pelo diretor do FC Barcelona para caraterizar a filosofia do futebol de formação do emblema catalão.

A exposição feita por Vilà Bosch, que assentou em conceitos simples, concretos e de aplicação prática e ajudou a perceber os pressupostos que levaram ao sucesso do seu futebol de formação, contrastou com a que foi feita pelo preparador físico da seleção portuguesa de sub-17, Joaquim Milheiro, baseada em conceitos mais complexos, vagos e palavrosos.

Joan Vilà Bosch enumerou as várias fases que caraterizam o percurso dos jovens formados no FC Barcelona "desde a etapa inicial, a que se segue a da formação específica, da especialização e do rendimento", e deu conta de que, "das 15 equipas que compõem atualmente o futebol base de formação, 14 sagraram-se campeãs", sendo que "90 por cento desses jovens continuam no clube".

“O contacto constante com a bola é fundamental. Há duas fases: com bola (posse) e sem ela (recuperação). Uma equipa com bola é dona do jogo. Primeiro há que não perder a bola, depois há que não perder a posição (se a perdermos, pelo menos, não perdemos a posição”, eis um dos conceitos expostos por Vilà Bosch sobre os fundamentos do futebol de formação do FC Barcelona.

A ocupação racional do terreno de jogo foi um dos aspetos abordados pelo diretor catalão: “Sem bola damos sempre um passo em frente, com bola um passo atrás. Este conceito é contrário ao que costuma ser transmitido aos jovens. Defender juntos e subir juntos são conceitos fundamentais do jogo. Primeiro a posição, que equivale à ocupação racional dos espaços, depois a posse, que passa pelo sentido de proteção da bola, e finalmente a pressão, que visa a recuperação imediata desta, assim que é perdida”.

A intervenção do selecionador português de sub-21, Rui Jorge, baseou-se, sobretudo, na solução das equipas B como "algo importante para a evolução dos jovens jogadores lusos", mas avançou com algumas estatísticas comparativas entre o futebol nacional e o espanhol e alemão para ajudar a perceber que ainda há um longo caminho a percorrer.

“Em Portugal há 60 por cento de jogadores selecionáveis nas equipas B, enquanto que em Espanha há 84 por cento e na Alemanha 88 por cento”, disse Rui Jorge, que se confessou um admirador do futebol de formação do FC Barcelona.

Presentes na conferência estiveram inúmeros treinadores ligados à área da formação, como Emílio Peixe, Brassard, Rui Caçador e Hélio Sousa e ex-jogadores como Pauleta e Pedro Barbosa.

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