O Museu Madame Tussauds de Nova Iorque apresentou hoje uma estátua de cera do futebolista Cristiano Ronaldo perante cerca de 150 pessoas vestidas com as cores de Portugal, incluindo mais de 60 crianças alunas de português.

Momentos antes de mostrar a figura do jogador, uma representante do Tussauds disse que esta era «uma das apresentações mais excitantes dos últimos tempos» e «um exemplo de como os fãs influenciam as escolhas que o museu faz todos os dias».

Os alunos presentes pertenciam a três escolas portuguesas de Nova Iorque (a Infante D. Henrique, de Mount Vernon, a João de Deus, de Yonkers, e a Sá Carneiro, de New Rochelle) e, sobretudo, à Escola Portuguesa de Long Branch, em New Jersey, que lançou uma campanha em Janeiro a pedir uma estátua do jogador.

Marco Santos, de 16 anos, foi um dos estudantes envolvidos e diz que os seus amigos americanos desconhecem quase tudo sobre Portugal.

«Quando digo que a minha família é portuguesa, não sabem nada sobre o país, perguntam onde é que fica. Mas, quando sabem, tem algo a ver com futebol e o nome do Cristiano Ronaldo é logo o primeiro que dizem», explicou o luso-americano à agência Lusa.

«O Cristiano faz parte do nosso país e é um ídolo para nós, porque é o melhor e representa o sítio de onde viemos», disse Daniel Guarda, de 15 anos, outro aluno envolvido.

A campanha começou em janeiro, depois de a professora Raquel Rosa ter visitado o museu e percebido que não havia estátuas de portugueses, nem do jogador que considera «um dos maiores embaixadores de Portugal em todo o mundo».

Quando perguntou aos responsáveis do museu qual o motivo, responderam-lhe que «a política é criar estátuas das figuras mais pedidas pelo publico» e encorajaram-na a começar um movimento.

Raquel Rosa conhecia a admiração que os alunos tinham pelo jogador do Real Madrid e da seleção nacional e lançou-lhes o desafio.

Em menos de seis meses, os alunos contataram o museu, escreveram dezenas de cartas a instituições e criaram uma página de Facebook que reune mais de 8 mil apoiantes.

Presente no evento, estava também a cônsul-geral de Newark, Maria Amélia Paiva, que apoiou a iniciativa desde o início.

«É um exemplo perfeito de mobilização e de como se pode usar as novas tecnologias para levar um projeto a todo o mundo», explicou a diplomata à agência Lusa, acrescentando que profissionais como o jogador madeirense «são ícones que deixam as novas gerações, crianças que já nasceram fora de Portugal, orgulhosas das suas raízes».

O Museu Tussauds de Londres tem uma estátua do jogador desde 2010 e, em junho, a filial de Madrid anunciou que iria seguir o seu exemplo.

A estátua agora apresentada é um empréstimo do museu de Berlim.