Na apresentação de Zidane como novo treinador do Real Madrid, Florentino Pérez reconheceu os erros cometidos pela direção do clube e falou de um novo ciclo com o francês no comando técnico.

O presidente dos 'merengues' nota que o francês "representa o espírito e os valores sagrados" do clube, mostrando-se esperançado na sua capacidade para recuperar um plantel que passa por "momentos adversos", depois de uma temporada sem êxitos desportivos.

"Hoje atravessamos um momento complicado, mas estes jogadores deram-nos títulos inesquecíveis, são um orgulho e não nos devemos esquecer do que lutaram para o conseguir. Todos terão o nosso reconhecimento para sempre. A nível coletivo, não alcançámos o que esperávamos. Queremos começar a trabalhar uma nova etapa com os nossos símbolos à frente", disse o dirigente em conferência de imprensa.

"Queremos agradecer o trabalho desempenhado por Santiago Solari, que recebeu a equipa num momento bastante difícil. Até ao último momento demonstrou lealdade ao clube e o seu compromisso foi indiscutível desde o primeiro dia", acrescentou Florentino Pérez, dirigindo-se de seguida a Zidane.

"Zizou, a tua paixão voltou a unir-te ao maior clube do mundo. Hoje voltas a estar aqui connosco e voltas a mostrar lealdade ao nosso clube. Contigo conquistámos nove títulos que mostram a hegemonia do nosso clube no mundo. Não me esqueço do dia em que te contratei. Chega de novo a Madrid o melhor treinador do mundo", acrescentou.

Zidane, de 46 anos, orientou o Real Madrid entre 2015/16 e 2017/18, tendo sido substituído por Julen Lopetegui, que deixou o clube em outubro de 2019, altura em que o clube da capital espanhola passou a ser treinado por Solari.

O antigo internacional francês assume no imediato a equipa, cumprindo os meses que faltam até ao final da temporada e assinando um contrato válido até 30 de junho de 2022.

Zidane levou os madridistas à conquista de três ligas dos campeões (2015/16, 2016/17 e 2017/18), dois mundiais de clubes (2015 e 2016), duas supertaças europeias (2016 e 2017), uma liga espanhola (2016/17) e uma Supertaça de Espanha (2017/18).

Já o argentino Solari, que comandava a equipa B dos 'merengues', conquistou o Mundial de Clubes em dezembro último, deixando a formação principal no terceiro lugar do campeonato, com 51 pontos, menos 12 do que o líder FC Barcelona, após 27 jornadas.

Na primeira época do Real Madrid pós-Ronaldo, Solari não resistiu à vaga de maus resultados, que, no espaço de uma semana, retiraram o 'colosso' espanhol da luta por três títulos, os principais da temporada: liga espanhola, Taça do Rei e Liga dos Campeões.

Além dos dois desaires caseiros frente ao eterno rival Barcelona - o primeiro ditou a eliminação do Real Madrid da Taça do Rei e o segundo cavou um fosso profundo para o Barcelona no campeonato -, surgiu a pesada derrota caseira frente ao Ajax, que afastou os 'blancos' da possibilidade de renovarem o título na Liga dos Campeões.

Desde então que o destino de Solari estava traçado, e nem a vitória fora frente ao Valladolid no último fim de semana acalmou os ânimos dos exigentes adeptos 'merengues', que pediam a 'cabeça' do argentino, devendo este permanecer no clube com outras funções, ainda não especificadas.