Há duas semanas, Rafael Giménez, mais conhecido por Fali, surpreendeu os ouvintes da rádio espanhola 'Cope' ao avisar que poderia deixar o futebol "se não fosse inventado uma vacina contra o novo coronavírus". O defesa central do Cádiz, emblema que lidera a segunda divisão espanhola, diz temer pela sua saúde e pela dos seus familiares, pelo que esta quarta-feira, falhou o regresso aos trabalhos, no dia em que os jogadores, staff técnico e médico, e funcionários fizeram testes para o novo coronavírus.

"É um escândalo o que está acontecer. A Liga pode parar três ou quatro meses, a vida de um familiar já não volta. Não podem arruinar-nos a vida. O futebol não é algo essencial, não estamos aqui para nos divertir. Não se brinca com a saúde das pessoas. Acho que não estamos 100 por cento seguros. Não queremos protocolos,queremos que nos garantem segurança", protestou Fali, aos microfones do programa 'El Partidazo' da rádio 'COPE'.

O defesa central de 25 anos pode vir a ser castigado por se negar a fazer os testes. Neste momento, o seu futuro é incerto, apesar de ter contrato até 2024.

"Renuncio à subida [de divisão] pela saúde da minha família. Um ano na Primeira Divisão resolveria a minha vida mas se tiver que me retirar, ganharei a vida como tiver de ser. A minha saúde vale mais do que todos os milhões", concluiu.

Para o clube, este é mais um problema para resolver.

"Gostaria que estivesse a treinar mas entendo e compreendo-o. Para mim, é alguém que tem uma lesão e queremos que se recupere. Não vamos aplicar-lhe nenhuma multa. Oxalá possamos convence-lo de que corre menos perigo no centro de treinos do que quando vai ao supermercado", sublinhou o presidente do Cádiz, Manuel Vizcaíno à 'Radio Marca'.

De referir que Fali optou por não receber qualquer salário durante o tempo em que esteve em isolamento, devido a pandemia de COVID-19.