Uma inspetora do Fisco Espanhol terá desviado 6,5 milhões de euros que diziam respeito às declarações de rendimentos de mais de 40 futebolistas profissionais, entre eles o extremo argentino Eduardo 'Toto' Salvio, jogador que representou o Atlético Madrid antes de ingressar no Benfica e também alguns basquetebolistas.

A notícia, do jornal 'El Mundo, diz que entre os lesados estão jogadores como Nuri Sahin, emprestado pelo Real Madrid ao Liverpool em agosto de 2012, Hamit Altintop, turco que também jogou nos merengues antes de ser vencido ao Galatasaray também em 2012, Eduardo Salvio, que no mesmo ano foi vendido pelo Atlético Madrid ao Benfica, Cristian Zapata, transferido no mesmo ano do Villarreal para o AC Milan.

A inspetora investigada pertence à Delegação Central de Grandes Contribuintes da Agência Tributária, que tem à seu cargo as grandes fortunas de particulares e grandes empresas. De acordo com a investigação, fazia parte de uma rede que procurava tentar benefícios das transações de jogadores para o estrangeiro.

E o que se investiga? Quando um futebolista de elite é transacionado de Espanha para outro pais e vive menos de 180 dias em Espanha, muda a sua residência fiscal. E em muitos casos esta mudança representa grandes poupanças já que em Espanha alguns futebolistas chegam a pagar mais de 50 por cento do que recebem só em impostos, enquanto noutros países a percentagem dos impostos a pagar chegam a rondar os 20 por cento.

A burla era feita nos dias em que o jogador não estava em Espanha. Pagava o imposto relativamente ao rendimento mas depois devia ser-lhe devolvido um valor, referente ao período em que já não estava em Espanha. E era esse valor que era recebido pela inspetora investigada e era desviada para uma conta de uma empresa chamada Lapver SA, uma sociedade falsa que funcionava como agência de jogadores.

A inspetora tinha um papel chave em todo o processo: era ela quem identificava, no Fisco Espanhol, o que era pago pelos futebolistas e as suas mudanças de residência fiscal. E era era quem assegurava também que o dinheiro desviado ia parar à conta da empresa fictícia, Lapver SA. A ideia da agência de jogadores deixava entender que o dinheiro pago a mais pelos jogadores lhes era devolvido a partir da mesma agência. E muitos jogadores nem sabiam que tinham direito ao reembolso do Fisco Espanhol.