António Lobo Xavier, um dos advogados de Cristiano Ronaldo, disse hoje que a queixa de fraude fiscal apresentada pelo Fisco espanhol contra o futebolista se deve a uma diferença de opinião que não tem base em qualquer lei.
Em declarações à SIC Notícias, Lobo Xavier explicou que o futebolista português declarou em 2014 os direitos de imagem obtidos desde 2011, por pensar que era justamente nesse ano que o tinha de fazer e não nos anos anteriores, como defende a acusação.
"Não houve falta de declaração, o que houve foi uma declaração com base num critério que, aparentemente, não é o critério preferido pela administração fiscal espanhola, o qual não se baseia numa lei ou em normas em que se possa dizer que o jogador as violou”, disse aquele o fiscalista português.
De resto, Lobo Xavier lembrou que Cristiano Ronaldo, nos anos em questão, não foi interrogado pelo Fisco espanhol em momento algum e que, se tivesse seguido o critério deste, pagando ano a ano, teria pagado menos do que pagou em 2014.
Reforçando o seu argumento, Lobo Xavier referiu que Ronaldo já utilizava este sistema para a tributação dos seus direitos de imagem no Reino Unido, quando jogava no Manchester United, sistema esse muito comum em território britânico e aceite pela administração fiscal deste país.
O Ministério Público de Madrid acusa Ronaldo de defraudar o estado espanhol em 14,7 milhões de euros de forma “consciente e voluntária”, acusação que Lobo Xavier considera uma “surpresa total” e que o jogador sente como “uma injustiça”.
O advogado luso defende que num tema tão técnico não se pode responsabilizar Cristiano Ronaldo, que se limita a seguir os conselhos dos seus assessores, separando o seu caso de outros processos fiscais a futebolistas, como o de Leo Messi, no FC Barcelona.
"O caso de Messi e de outros jogadores perseguidos pelo Fisco espanhol é completamente diferente, porque esses jogadores não declararam nada.
Ronaldo, antes de ser investigado, declarou espontaneamente a parte que achava que deveria declarar em território de Espanha", explicou Lobo Xavier, para quem o Fisco espanhol decidiu apresentar agora a acusação porque os prazos estavam em vias de prescrição.
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