O presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) defendeu hoje o fim das competições "antes ou depois de 30 de junho" para haver justiça com os clubes, rejeitando outras opções sugeridas devido ao surto de Covid-19.

"A nossa única opção é dar a época como terminada. Se essa decisão for tomada antes de 30 de junho, será perfeito. Se for depois, perfeito na mesma. Garantiríamos justiça. Se faltam datas, há que debater o ‘play-off' ou outro tipo de soluções, mas com consenso. É a única maneira de os clubes estarem em pé de igualdade", disse Luís Rubiales, em conferencia de imprensa.

O presidente da RFEF rejeita qualquer dos três cenários que têm sido colocados em cima da mesa, como pôr termo aos campeonatos com as classificações vigentes antes da paragem, anular toda a temporada ou retroceder até ao fim da primeira volta e valer a classificação que se verificava nessa altura.

"Consideramos uma injustiça terminar com a classificação como está agora. É quase impossível assegurar que a classificação atual será a mesma que se verificará no final da época. Outros defendem anular toda a temporada. Somos contra. O terceiro cenário, de recuar à classificação no fim da primeira volta, também não ratificamos. Seria como premiar alguém que tinha uma posição há muitas jornadas e que pode tê-la perdido há muito", disse Rubiales, que sugere uma coordenação com a Liga para se encontrar a melhor solução.

O responsável máximo pela RFEF garante que se está "a trabalhar em todos os cenários, desde os mais otimistas aos mais pessimistas", mas considera que "jogar-se à porta fechada não é a melhor opção", embora ressalve que o mundo do futebol "está dependente das decisões das autoridades".

Para Rubiales, o futebol é global e a competição mais importante, a Liga dos Campeões, assenta as suas decisões no que é acordado entre as 55 federações que são membros da UEFA, cujas propostas de alteração do formato dos campeonatos terão de ser ratificadas pelo seu comité executivo.

A terminar, o dirigente espanhol coloca o valor da saúde de todos acima da vertente económica, mas sustenta que todas as equipas possam terminar as competições em que estão envolvidas, em defesa do rigor desportivo.

"Em relação às equipas que devem ir às competições europeias da próxima época, deixamos que a própria UEFA nos indique os critérios que defende, sendo certo de que a melhor solução para nós é que as competições sejam finalizadas", concluiu Luís Rubiales.

A UEFA decidiu hoje adiar o Euro2020 de futebol por um ano devido à pandemia de Covid-19.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos, o que levou vários países a adotarem medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal há 448 pessoas infetadas, segundo o mais recente boletim diário da Direção-Geral da Saúde, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.