Neymar da Silva Santos, pai do internacional brasileiro Neymar Jr, negou hoje que vá pagar a fiança ao antigo futebolista Dani Alves, para que o condenado em Espanha por violação possa sair da prisão.

“Espero que o Daniel encontre junto da própria família todas as respostas que procura. Para nós, para a minha família, o assunto está encerrado”, sentenciou, em nota nas redes sociais.

O pai do atleta dos sauditas do Al Hilal reconheceu ter ajudado Dani Alves antes da condenação, contudo diz que agora “a situação é diferente”, uma vez que o antigo companheiro do seu filho na seleção foi considerado culpado e condenado a quatro anos e meio de prisão.

Confirmou a ajuda ao seu “amigo” Dani Alves, com as contas bancárias congeladas, e justificou-a com a presunção de inocência antes do julgamento, recusando-se a alinhar no “pré-linchamento” público contra o atleta.

Assim, gorado este apoio, o antigo defesa do FC Barcelona vai passar a segunda noite na prisão após a fixação da fiança, ao falhar novamente o depósito da caução de um milhão de euros imposta pelo tribunal de Barcelona para poder fazer, em liberdade, o recurso à decisão que lhe foi contrária na primeira instância judicial.

Além da caução, Dani Alves está obrigado a entregar os passaportes brasileiro e espanhol, ficou proibido de sair do país e de se aproximar a menos de um quilómetro da casa da vítima, do seu local de trabalho e de qualquer outro local que possa frequentar.

A decisão, que mereceu um voto contra de um dos magistrados, obriga ainda o antigo futebolista a comparecer semanalmente em tribunal.

Dani Alves, que jogou no FC Barcelona, no Paris Saint-Germain e na Juventus, entre outros, foi acusado de ter violado a jovem na casa de banho da discoteca Sutton, em Barcelona, em dezembro de 2022, embora o jogador, que permanece preso há 14 meses, tenha apresentado diversas versões para o sucedido, tenha defendido que as relações foram consensuais.

A acusação tinha pedido nove anos de prisão bem como o pagamento de 150 mil euros à vítima e liberdade sob supervisão de 10 anos após sair da prisão.

Segundo o processo, Alves estava na discoteca em Barcelona e encontrou a vítima, com outras pessoas, tendo-a convidado para dançar e, posteriormente, para uma divisão recolhida do espaço comum, no qual a forçou a ter relações sexuais.

Dani Alves é um dos futebolistas mais condecorados da história do desporto, vencendo 23 troféus só no ‘Barça’, entre 2008 e 2016, e jogava no Pumas, no México, quando foi detido, levando o clube a despedi-lo de imediato.

Em comentário a este caso, ministra da Mulher do Brasil, Cida Gonçalves, disse quinta-feira que a justiça espanhola “falhou” ao conceder a liberdade condicional a Dani Alves, porque “não há fiança que compense a enorme brutalidade que é a violação na vida de uma mulher”.