O ex-futebolista espanhol Toñito recorda, com ironia, ter feito «o mais difícil» no primeiro golo sénior de Cristiano Ronaldo, com a camisola do Sporting, frente ao Moreirense, em jogo da edição de 2002/03 da Liga portuguesa.
«Eu fiz o mais difícil. Sim, claro que me lembro, até foi um amigo de Portugal que me mandou o ‘link’ e revi o golo», afirmou Toñito, em entrevista à agência Lusa, entregando, de seguida, todo o mérito no lance ao avançado do Real Madrid:
«Eu recuperei a bola no meio-campo, passei-lhe a bola e o resto fez ele.»
O médio espanhol “assistiu” Cristiano Ronaldo com o calcanhar e o “capitão” da seleção portuguesa “só” teve de aguentar a pressão de dois jogadores do Moreirense, fintar outro perto da grande área e, à saída do guarda-redes João Ricardo, rematar para a baliza.
No mesmo jogo, disputado a 7 de outubro de 2002 e que terminou com a vitória caseira do Sporting por 3-0, Ronaldo, na altura com 17 anos, voltaria a marcar, desta feita de cabeça, após um livre da direita, cobrado pelo atual selecionador português de sub-21, Rui Jorge.
O primeiro “bis” em competições seniores augurava um futuro risonho ao avançado madeirense, que, no sábado, assinou o golo da vitória do Real Madrid frente ao FC Barcelona, por 2-1, naquele que foi o seu 300.º golo da sua carreira de futebolista profissional.
«Agora é fácil dizer que sim, que se esperava este sucesso, mas eu sempre disse isso desde que o conheço. Não sabia que ia chegar tão alto, mas sabia que podia ser um jogador da primeira divisão portuguesa, na qual jogávamos nesse momento. Ele tinha potencial que lhe sobrava para triunfar no futebol. Só dependia dele, ele sabia disso e isso explica o patamar a que chegou», disse o espanhol, que dirige uma escola de futebol, batizada de Sporting Tenerife.
Finalizada a carreira futebolística, aos 35 anos, Toñito admite que é bastante solicitado quando «há o aniversário de algo» relacionado com Cristiano Ronaldo, recordando que apadrinhou a sua estreia na Liga dos Campeões, quando foi substituído pelo atual avançado “merengue”.
«Sempre que algo acontece, eu estou no meio e isso deixa-me satisfeito porque posso orgulhar-me mais ainda de o conhecer e de ver onde chegou. Mas, acabam por faltar palavras para descrever tudo de bom que tem feito», sublinhou.
Toñito frequenta atualmente um curso intensivo para ser treinador, ambicionando «ter pelo menos o mesmo sucesso» que teve enquanto jogador e, quiçá, regressar a Portugal, onde venceu um campeonato e duas Supertaças Cândido de Oliveira ao lado dos “exemplos” Ricardo Sá Pinto, treinador do Sporting, e Paulo Bento, atual selecionador de Portugal.
«Não estranho nada, (o Sá Pinto) tem futebol nas veias, acho que não pode viver sem o futebol. Para o bem e para o mal, o futebol está no seu sangue. Sabendo a boa pessoa que é e a forma que tem de comunicar, acho que vai ter muito sucesso e assim o espero, porque ele merece», frisou Toñito.
O médio espanhol garante ainda estar grato por «aprendido muito» com Paulo Bento, que, tal como Rui Jorge e João Vieira Pinto, «vivem para isto e é impossível não se aprender quando se joga com eles».
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