Zinedine Zidane, antigo futebolista da seleção francesa e do Real Madrid, recordou os tempos em que pisava o relvado e explicou qual era a razão para ser considerado um dos melhores médios da sua geração.

"Eu jogava por instinto. Treinei de forma muito dura para melhorar esse fator, mas estava tudo na minha cabeça. Jogar por instinto foi sempre uma qualidade minha. Eu via as coisas antes dos outros jogadores. Ou, pelo menos, mais rápido do que os defesas", afirmou o gaulês à margem da entrega do prémio "Goal Hall of Fame".

O agora treinador do Real Madrid Castilla explica que tinha capacidade para jogar mais recuado, mas confessa que se sentia bem a jogar mais próximo dos avançados.

"Talvez eu pudesse jogar numa posição mais recuada, mas minha virtude sempre foi o último passe. Então era melhor estar próximo da área adversária. Acho que era mais eficiente, ofensivamente falando. Adorava criar golos, estar lá, perto da área. Era algo meu. Eu gostava mais de dar o último passe do que marcá-los", acrescentou depois.

Apesar de muitos o terem considerado um jogador elegante quando tocava a bola, Zidane confessa que sempre esteve mais preocupado com a eficiência do que com a vertente estética do jogo.

"Estou ciente desse aspeto, mas nunca pretendi focar-me na vertente estética. Mesmo que fosse algo belo de se ver, o mais importante era que eu conseguisse ser eficiente em campo. É verdade que eu não era um goleador nato, criei mais golos do que marquei. Sempre preferi concentrar-me na minha eficiência".

O antigo futebolista, agora com 42 anos, recorda que chegou a ser comparado à velha glória "merengue" Alfredo Di Stéfano e garante que ainda se sente capaz de jogar.

"Havia gente que me comparava a Di Stéfano. Diziam que eu tinha quase o mesmo estilo técnico com a bola. Mas cada um no seu tempo, com o ritmo de jogo da sua época. E hoje, o futebol está ainda mais rápido. Mas acho que eu conseguiria dar conta [da adaptação]", concluiu.