O treinador português José Mourinho disse que vencer a Liga Conferência Europa de futebol pela Roma “tem um sabor especial”, por ser um emblema onde “é mais complicado, mais difícil”, triunfar.
“Há clubes que são feitos para ganhar, e quando se ganha é uma consequência quase natural dos percursos, da história, dos investimentos. Há outros clubes em que é mais complicado, mais difícil, em que ganhar tem um sabor especial. Desde que cheguei a Roma que senti uns adeptos incríveis, mas sem alegria, para quem ganhar um jogo à Lazio era a alegria de uma época, para quem um bom jogo com os grandes italianos era fazer a época”, destacou, na ‘flash interview’ da Sport TV.
Segundo o técnico luso, esta foi uma vitória de um “plantel curto, com limitações”, que cumpriu 55 jogos, com o guarda-redes português Rui Patrício a fazer 90 minutos em 54 desses, no qual o grupo de trabalho “fez das fraquezas força, da amizade a grande arma”.
Frisou a ideia de que esta conquista foi “difícil”, além de ter impacto por acarretar “15 jogos às quintas-feiras, o que depois tem um impacto negativo” nos jogos do campeonato, que a Roma acabou em sexto.
“Sinto muito mais esta vitória pela Roma do que por mim próprio. Ganhei as competições europeias todas, ganhei títulos europeus em três décadas distintas. Mostra o quão velho sou. Fiz muita gente feliz”, declarou ‘Mou’.
Já a olhar para a frente, o técnico elogiou “os donos fantásticos” do emblema da capital italiana, bem como o diretor Tiago Pinto, um “companheiro de cada dia”.
“Ninguém vem aqui ao engano, sabíamos o projeto que tínhamos. Vamos ver o que é possível na segunda [época], gostava de lutar pelo título mas não acredito que seja possível. Tem de ser a pouco e pouco”, analisou.
Quanto ao mercado, não será possível “contratações sonantes”, mas voltou ao exemplo de Patrício. “Jogou 54 jogos e hoje em momentos chave deu-nos a vitória”, atirou.
Sem dedicar a vitória “a quem está aziado”, lembrou os ‘romanistas’ e adeptos de clubes que orientou e que “mantiveram o carinho” por si.
Antes, em declarações à Sky Sports, explicou que hoje “não era trabalhar, era escrever a história”, o que foi logrado pelos romanos.
“Demos muito por esta competição, sem esquecer que o objetivo era o apuramento para a Liga Europa. Este título fica na história da Roma, mas também na minha. É uma coisa ganhar com uma equipa construída para vencer, e outra com o Porto, a Roma, o Inter de Milão. Faz-te sentir especial”, rematou.
A Roma, treinada pelo português José Mourinho, conquistou a primeira edição da Liga Conferência Europa em futebol, ao bater na final o Feyenoord por 1-0, em Tirana, para conquistar o seu segundo troféu europeu, 61 anos depois.
O internacional italiano Nicolò Zaniolo marcou, aos 32 minutos, o tento dos romanos, que já contavam no seu palmarés com o triunfo na Taça das Cidades com Feiras de 1960/61 e não ganhavam um troféu desde a vitória na Taça de Itália de 2007/08.
Mourinho, que fez alinhar os compatriotas Rui Patrício e Sérgio Oliveira, somou o seu quinto troféu europeu, após duas edições da Liga dos Campeões (2003/04, pelo FC Porto, e 2009/10, pelo Inter Milão), uma da Taça UEFA (2002/03, também pelos ‘dragões’) e uma da Liga Europa (2016/17, pelo Manchester United).
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