A derrota da Bélgica diante da França em Lyon caiu mal nas hostes belgas. A imprensa desportiva do país arrasou a prestação dos Diabos Vermelhos, num jogo onde a vitória dos gauleses nunca esteve em causa: a França fez 25 remates, contra apenas oito dos belgas, que só acertaram entre os ferros por quatro vezes, todos defendidos.

Logo após a partida, o veterano médio Kevin De Bruyne foi muito duro na sua análise, com críticas dirigidas a todos. O jogador foi visto a trocar palavras azedas com o diretor técnico, Frank Vercauteren, antes de falar com a imprensa.

"Posso aceitar que não somos tão bons como em 2018, sou o primeiro a admitir isso, mas vi outras coisas que são inaceitáveis, não posso tolerar a forma como jogámos esta noite. Não vou dizer o quê. Somos demasiados na defesa, se ficarmos com seis atrás, não há ligação. É o que é. Não se trata de transição, mas de pessoas que não cumprem as suas tarefas", criticou.

Ao intervalo, o jogador de 33 anos já tinha chamado a atenção dos colegas de equipa, mas parece não ter sido suficiente, já que não se viram melhorias.

Instado a contar o que disse aos colegas nos balneários, o capitão da Bélgica respondeu: "Não posso repetir o que disse aos meus colegas nos meios de comunicação social, mas temos de melhorar em todos os aspetos. Se o nível que queremos atingir é o melhor, mas já não somos suficientemente bons para chegar a esse nível, então temos de dar tudo. Se não fizermos isso, então está tudo acabado".

A imprensa belga escreve que o jogador do Manchester City está mesmo a ponderar deixar já a seleção da Bélgica.

Domenico Tedesco, selecionador da Bélgica, desvalorizou as críticas de De Bruyne.

"O De Bruyne tem uma mentalidade ganhadora. É emotivo e está dececionado. Por isso às vezes reage assim", comentou.

O Grupo A2 da Liga das Nações é comandado pela Itália, com seis pontos, seguido de França e Bélgica, com três, e Israel, que ainda não pontuou.

Depois de se terem dado mal na capital, no Parque dos Príncipes (derrota com Itália), os 'bleus' receberam os belgas em Lyon, construindo um triunfo sólido, com a vantagem a chegar aos 29 minutos, por Kolo Muani, e a confirmação a ser concretizada por Ousmane Dembelé, aos 57.

O sportinguista Zeno Debast foi um dos centrais da Bélgica e fez o jogo todo - na primeira jornada, na Hungria, tinha sido suplente utilizado, face a Israel.

Sem o fulgor de épocas recentes, dificilmente a Bélgica conseguirá discutir a liderança do grupo com França e Itália.