Portugal volta à ‘final four’ da Liga das Nações de futebol para atuar à medida do seu talento, admite o ex-internacional Beto Pimparel, desejando uma reedição da conquista por si testemunhada na edição inaugural, em 2019, no Porto.

“As expectativas terão sempre de ser inerentes à qualidade. Tendo a seleção nacional o conjunto de talentos que reúne, as expectativas têm de ser obrigatoriamente muito altas. Sinto que temos dos melhores futebolistas de sempre e, quando é assim, é um privilégio podermos dizer que somos e seremos sempre candidatos a conquistar qualquer torneio. Obviamente, temos de ir por passos”, enquadrou à agência Lusa o antigo guarda-redes.

Portugal defronta a anfitriã Alemanha, na quarta-feira, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), em Munique, na primeira meia-final da quarta edição da Liga das Nações, que oporá no dia seguinte a França à Espanha, campeã europeia e detentora do troféu, em Estugarda.

Os vencedores apuram-se para a final, prevista para domingo, em Munique, enquanto os derrotados decidem a terceira posição no mesmo dia, em Estugarda, numa edição que assinala o regresso da equipa nacional à ‘final four’, após as ausências em 2021 e 2023.

“Existem quatro claros candidatos e não me parece que nenhum se perfile como um pré-vencedor. Cada uma tem as suas especificidades, pontos fortes, pontos débeis e muito talento. O mais importante é ter o privilégio de assistir a uma ‘final four’ com quatro das melhores seleções do mundo. Sendo assim, atribuo iguais percentagens de favoritismo”, salientou.

Depois de dominar o Grupo A1, à frente de Croácia, Escócia e Polónia, Portugal acedeu aos ‘quartos’, fase introduzida pela primeira vez na competição, e superou a Dinamarca, com um desaire em Copenhaga (1-0) e um triunfo em Lisboa (5-2, após prolongamento).

Segue-se a Alemanha, que registou um empate (0-0) e uma derrota (3-0) nos Europeus de 1984 e 2000, respetivamente, mas que vem de cinco vitórias consecutivas em fases finais sobre os lusos com quatro golos nos últimos dois jogos, no Mundial2014 (4-0) e no Euro2020 (4-2) - realizado precisamente em Munique, mas em 2021, devido à pandemia.

“Portugal tem responsabilidades, porque foi campeão da Europa em 2016, venceu a Liga das Nações em 2019 e tem a equipa que tem. Está a fazer um caminho de crescimento e de posicionamento a nível de ranking e todas as competições são importantes para isso”, vincou Beto Pimparel, de 43 anos e detentor de 16 internacionalizações, de 2009 a 2018.

O antigo guarda-redes vê a Liga das Nações como o melhor teste possível para os lusos entre o Euro2024, no qual foram eliminados nos ‘quartos’ pela França, e o Mundial2026, cuja qualificação decorrerá entre setembro e novembro, sendo que Pedro Proença pode selar o primeiro troféu sénior na presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

“Foi um privilégio podermos organizar e vencer a primeira edição da Liga das Nações. É marcante e histórico para a FPF e para os futebolistas envolvidos. Não deixa de ser um troféu internacional e, por isso, é inevitável e inquestionável o valor que aporta a nível de palmarés e, sobretudo, no sentimento de me poder orgulhar em dizer que conquistei um troféu pela seleção”, salientou Beto Pimparel, titular em um dos seis jogos nessa edição.

De regresso à Alemanha, país anfitrião do derradeiro Campeonato da Europa, a seleção nacional leva 20 vitórias, quatro empates e quatro derrotas nos 28 jogos disputados sob comando do técnico espanhol Roberto Martínez e é capaz de “jogar para vencer perante qualquer oponente”, mesmo que o nível exibicional dependa do momento dos jogadores.

“Mais do que avaliar a evolução do selecionador e da equipa, importa a responsabilidade que Portugal tem de acordo com a sua categoria. Temos uma das melhores seleções da história, com os melhores intervenientes. Não irei dizer que seja quase obrigatório jogar sempre bem, porque isso é uma utopia no futebol. Agora, a seleção é sempre respeitável e tem de entrar em campo para ganhar”, reiterou.

O conjunto das ‘quinas’ encara o segundo grande momento de exigência competitiva em quase dois anos e meio com Roberto Martínez, que está vinculado até 2026 e já garantiu ter a confiança do novo líder da FPF para continuar em funções até ao próximo Mundial.

“Não sei que contrato ele tem nem sou a pessoa que irá decidir se fica ou sai. Sei é que, enquanto for selecionador, vai fazer o melhor, visto que o seu sucesso será sempre o de Portugal. O meu desejo é que a seleção se valorize, vença jogos e nos anime e orgulhe, independentemente de ser com Roberto Martínez ou com outro selecionador”, terminou.