![Análise Sporting 0-3 Dormtund: Leão que só dura 45 minutos não tem pedalada para estes andamentos](/assets/img/blank.png)
Dura, dolorosa e clara. Foi assim a derrota europeia do Sporting na receção ao Dortmund, por 3-0, num jogo em que os leões pareceram não ter regressado dos balneários ao intervalo.
Depois de uns primeiros 45 minutos bastante bem disputados, e em que o Sporting até esteve mais vezes por cima, com algumas boas jogadas e criando os principais lances de perigo, incluindo uma bola na trave, na segunda parte o Dortmund entrou com outro andamento e a equipa de Rui Borges não teve pernas para acompanhar o adversário, que subjugou por completo os verdes e brancos, marcando por três vezes.
A eliminatória parece ter ficado desde já resolvida, com o Sporting a olhar agora para os oitavos-de-final como uma verdadeira miragem, mas talvez até mais preocupante do que isso para os de Alvalade é o facto de este não ter sido nem o primeiro, nem o segundo, nem o terceiro jogo em que a equipa às ordens de Rui Borges vacila por completo nos segundos 45 minutos.
O cansaço - entre lesões e problemas físicos de uns e minutos a mais nas pernas de outros, para compensar a ausência dos colegas - é evidente e o próprio treinador voltou a reconhecê-lo, mas desta vez de uma forma ainda mais vincada do que o havia feito até aqui.
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O jogo: Sporting só existiu durante 45 minutos
Mesmo com muitas ausências - Nuno Santos e Pedro Gonçalves são lesionados de longa data, Hjulmand estava castigado, Gonçalo Inácio, Morita, Daniel Bragança e Gyokeres, a recuperar de problemas físicos, começaram no banco - o Sporting entrou bem no jogo, com jogadas de qualidade por ambos os flancos. Maxi Araújo, desta vez a jogar mais à frente na esquerda, e Quenda, na direita, criaram problemas madrugadores ao Dortmund e o uruguaio fez mesmo estremecer a trave da baliza germânica com uma bomba de pé esquerdo.
Também de pé esquerdo, Trincão, João Simões e Conrad Harder (este com outra 'bomba' que explodiu no peito do guarda-redes contrário) visaram a baliza do Dortmund, mas sem sucesso. Mas, aos poucos, já nos minutos finais do primeiro tempo, o Dortmund começou a surgir mais perto da grande área leonina.
Era um prelúdio para o que aí vinha no segundo tempo. Os 15 minutos iniciais do segundo tempo foram de domínio total, avassalador, do Dortmund. Durante largos minutos o Sporting foi incapaz de afastar a bola da sua área, quanto mais sair com ela controlada do seu meio-campo. Rui Silva, com uma grande defesa, ainda adiou um golo que todos estavam a ver que ia acabar por acontecer. E aconteceu ao minuto 60. Rui Borges até tinha acabado de fazer entrar Gyokeres quando um passe intercetado a meio do meio campo leonino levou a bola para a direita do ataque do Dortmund, onde Brandt cruzou na perfeição para um cabeceamento não menos perfeito de Guirassy, perante a passividade da defesa leonina.
Rui Borges lançou de seguida Morita e Daniel Bragança, mas nada mudou. O Dortmund, com um ritmo bastante superior, continuou a dominar e fez o 2-0 em novo cruzamento da direita, novamente sem oposição, desta feita por Guirassy, autor do primeiro golo, para Groß encostar para o fundo das redes. Com dois golos de vantagem, o Dortmund baixou um pouco as suas linhas e o Sporting subiu-as, na vã esperança de inverter o rumo dos acontecimentos, dada da falta de forças que mostrava. Aproveitaram os alemãs para fazer o terceiro golo, num rápido e bem desenhado contra-ataque, finalizado por Adeyemi, praticamente sentenciando a eliminatória numa segunda parte em que o Sporting foi incapaz de criar perigo.
O momento: Trave diz não a Maxi
15 minutos jogados e o Sporting a dar boa conta de si, com alguns lances bem delineados e o uruguaio Maxi Araújo a dar nas vistas. No seguimento de uma rápida transição ofensiva, a bola passou rapidamente por vários jogadores antes de chegar a Maxi, que arrancou pelo meio em direção à grande área contrária, desferindo um potentíssimo remate de pé esquerdo antes de lá chegar. O esférico, contudo, embateu na barra. Se tem entrado, a história podia muito bem ter sido outra...
O melhor do Sporting: Harder lutou enquanto durou
Nos 45 minutos em que o Sporting fez algo no jogo, os leões tiveram alguns homens a dar boa conta de si, com destaque para homens como Debast (que na primeira parte cumpriu e bem o papel habitual de Hjulmand), Maxi Araújo (bastante em jogo), Quenda (boas arrancadas e passes a desmarcar os colegas) ou Trincão (pormenores de classe). Mas houve um homem que se destacou, pela luta que deu à defesa do Dortmud: Conrad Harder.
O dinamarquês voltou a ser titular, mostrou-se sempre disponível para receber as solicitações dos colegas, tentou (e conseguiu) furar algumas vezes pela defensiva amarela e ainda disparou um verdadeiro míssil que acertou em cheio no peito do guarda-redes contrário. Terá sido coincidência o facto de o Sporting só ter sofrido o primeiro golo logo depois de ele sair, mas...
O melhor do Dortmund: Leões não souberam lidar com Serhou Guirassy
Um golo com um cabeceamento de muita categoria (apesar de pouco ou nada importunado pela defesa do Sporting) e uma assistência com um cruzamento perfeito. Foi decisivo para o triunfo dos alemães em Lisboa e já leva 10 golos na Champions esta temporada, liderando isolado a lista de melhores marcadores da prova.
As reações
- Trincão fala em descontrolo, Matheus Reis aponta à eficácia alemã e Quaresma ainda acredita
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