Com a final da Liga dos Campeões a entrar no seu dia D, os caminhos do futebol europeu e mundial rumam à cidade de Cardiff no País de Gales. A Juventus chega ao encontro final depois de um percurso longo que culmina com uma presença numa partida que pode render o terceiro título de campeão da Europa da história do clube. Numa etapa que começou a 14 de setembro do ano passado, a ‘Velha Senhora’ tem-se mostrado com vitalidade para as curvas.

Favoritismo da fase de grupos não foi beliscado

No dia do sorteio da Liga dos Campeões, a Juventus sentava-se no primeiro pote das equipas 32 equipas que se faziam representar na prova. Como campeã de Itália, a formação de Massimiliano Allegri sabia que os campeões nacionais de outros países eram oponentes que estavam fora do radar embora outras equipas fossem ser colocadas no caminho.

Após todas as bolas serem retiradas, Juventus ficou emparelhada com Lyon (França), Sevilha (Espanha) e Dínamo de Zagreb (Croácia) no grupo H, último grupo da fase de grupos da Liga dos Campeões. A ordem ditava que o primeiro embate seria em casa frente à equipa, teoricamente, mais complicada. Em Itália, na primeira jornada da fase de grupos, Juventus e Sevilha empataram sem golos num encontro mole e com duas equipas que se anularam mutuamente.

A segunda jornada trouxe uma viagem até Zagreb, na Croácia e uma goleada clara por 4-0. Higuain, Pjanic, Dybala e um auto-golo fizeram o resultado que colocou a Juventus na primeira posição do grupo H, lugar que manteve durante toda a fase até garantir o apuramento.

No primeiro embate com o Lyon, na terceira ronda, novo triunfo da equipa de Massimiliano Allegri. Em França, Cuadrado fez o único golo da vitória pela margem mínima que garantia o primeiro lugar no fecho da primeira volta.

Na segunda volta a ordem dos encontros alterou-se, mas não os resultados. A Juventus manteve o seu percurso sem derrotas na fase de grupos da Liga dos Campeões. O calendário ditava nova batalha com o Lyon, mas desta fez no seu próprio reduto. Depois das dificuldades em Lyon, a ‘Velha Senhora’ não conseguiu o triunfo e cedeu dois pontos num empate caseiro 1-1.

A partir dessa igualdade foi somar e seguir nos dois jogos restantes. A quinta jornada apresentou um Sevilha – Juventus onde a formação italiana venceu por número mais claros. Em Espanha, a equipa de Allegri venceu por 3-1 numa partida em que aos 10 minutos estava a perder frente aos ‘sevilhanos’.

A última jornada serviu para cumprir calendário, uma vez que as contas da Juventus estavam feitas. Enquanto Sevilha e Lyon se defrontavam para saber que seguia para os oitavos de final da prova, a equipa italiana vencia, sem grandes problemas, o Dínamo de Zagreb para encerrar a fase de grupos invicta.

Fase a eliminar arrancou com uma visita a Portugal

Os oitavos de final ditaram um embate entre Juventus e FC Porto. Os ‘dragões’ receberiam os campeões italianos em Portugal para, na segunda mão, encerrar a eliminatória no Juventus Stadium.

No Estádio do Dragão, perante as bancadas repletas de adeptos, o encontro foi equilibrado até Alex Telles ter deixado tudo a perder com uma expulsão irresponsável. O defesa esquerdo viu dois cartões amarelos e deixou os homens de Nuno Espírito Santo com menos um frente a um Dybala endiabrado.

Golos só na segunda parte e em modo expresso. Em apenas cinco minutos a equipa de Allegri bateu Casillas para regressar a Itália com uma vantagem confortável. Pjaca e Dani Alves fizeram o marcador. Na segunda mão, qualquer tentativa de resposta ficou cortada quando Maxi Pereira fez grande penalidade e acabou expulso. Frente a um FC Porto com 10 homens e com três golos de vantagem a Juventus apenas geriu já a pensar no que viria depois.

O sorteio após a eliminação do FC Porto ditou o maior desafio para a Juventus. Nos quartos de final chegava o colosso Barcelona de Messi, Neymar e Suárez que tinha acabado de fazer uma remontada histórica para eliminar o PSG. No encontro da primeira mão, muitos apostaram que seriam os catalães a tomar conta da iniciativa, mas o Juventus Stadium viu um triunfo esclarecedor da ‘Velha Senhora’ por 3-0. Dybala bisou enquanto Chiellini marcou um golo raro na Liga dos Campeões para dar a vantagem antes da viagem a Camp Nou.

No reduto do Barcelona, foi a vez de Buffon dar provas de qualidade. O icónico guarda-redes italiano fechou as suas redes a sete chaves e viu Messi e companhia esbarrar na ‘muralha’ que levantou para garantir a passagem. Frente à Juventus houve qualquer hipótese de ‘remontada’.

Com apenas quatro equipas em prova, as meias-finais ditaram um dérbi de Madrid para definir um finalista enquanto a Juventus media forças com o surpreendente Mónaco que vinha desde a fase de qualificação até às ‘meias’ da Liga dos Campeões.

A primeira mão da eliminatória que ditava que jogaria a final decorreu em França. No principado do Mónaco, Higuaín mostrou o porquê de a Juventus ter gasto quase 100 milhões de euros para o contratar. O internacional argentino bisou e deu uma vantagem crucial para a segunda mão na vitória por 2-0.

Título europeu está a apenas uma etapa de ser alcançado

A 90 minutos da final de Cardiff, a Juventus não tirou o pé do acelerador. Apesar de a equipa de Leonardo Jardim ter entrado forte e a querer algo mais do jogo, foram os homens de Allegri que marcaram para praticamente sentenciar a eliminatória. Mandzukic e Dani Alves levaram o jogo para o intervalo 2-0 (4-0 nos dois jogos) e nem o golo de Mbappé trouxe alguma discussão para ao encontro.

Depois de FC Porto, Barcelona e Mónaco, resta apenas uma equipa entre a Juventus e o terceiro título de campeão da Europa. O adversário é do maior calibre possível entre as equipas que competiam na Champions. A equipa de Turim vai enfrentar os atuais campeões em título que procuram um feito histórico ao tornarem-se bicampeões da Europa desde que a prova mudou de nome.

Em Cardiff, vai decidir-se o troféu mais importante do futebol europeu. O encontro no País de Gales opõe os novos campeões de Espanha e Itália num duelo que se prevê quente. Em jogo está o título de campeão da Europa e a taça da Liga dos Campeões.

Confira o percurso de Real Madrid até à final

Artigo originalmente publicado no dia 31/05/16