Declarações de Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, na antevisão do jogo com o Club Brugge, da Liga dos Campeões.

Dupla diferente na frente com Evanilson-Toni Martinez: "São jogadores diferentes e não vou entrar em pormenores. Como disse, a estratégia poderá passar por aí tendo em conta que não temos um jogador que é importante no 11 inicial. Amanhã o Taremi está livre, dei-lhe o dia, acho que merece. Tem jogado muito, com muita intensidade, com muitos quilómetros percorridos e muitas assistências e golos. Precisamos de um Taremi fresco para jogar contra o Estoril, se eu assim entender."

Mudanças na abordagem entre Brugge e Atl. Madrid: "Parte da estratégia parte por aí, de percebermos que estamos na Champions e não diminuirmos o adversário que é bastante forte. A estratégia tem de ver com isso. A tal pressão faz parte do nosso dia a dia, não precisamos de jogos para a criar. Se não a tivermos, eu crio-a. Por isso, a pressão faz parte do trabalho e da nossa vida normal. Ter essa pressão é bom. Coloca-nos em alerta e desconfiados."

Análise ao Club Brugge: "Vamos defrontar o tricampeão belga, uma equipa habituada a ganhar o campeonato. Sabemos daquilo que o Brugge pode fazer em função do que analisámos. Tem sido um campeonato muito bom da parte deles, tal como este jogo da Champions que já fez: uma equipa que tem em termos de dinâmica processos muito interessantes. Equipa forte na largura, na constante ação em profundidade que consegue provocar no jogo. Equipa pesada, com jogadores fisicamente fortes. Quando jogam direto sentem-se confortáveis. São agressivos. Estudámos o que tínhamos a estudar. Digo sempre que estes jogos de Champions são o que nós fazemos deles. Este não fugirá à regra."

O que muda no trabalho, com fase de grupos jogada em menos tempo? "Nós somos profissionais que temos as ferramentas para recuperar da melhor forma, todas as condições para isso. Pessoal e profissionalmente todos sabemos que temos de cuidar-nos da melhor forma, pois estamos a jogar de três em três dias. Mas com o trabalho e a ajuda que temos dentro do clube podemos recuperar da melhor forma."

Satisfeito por saber que quem está no banco dá boa resposta? "Não gostava nada de estar no banco. Os traços do meu caráter têm a ver com a paixão que vivo no jogo. Sentir que cada dia é uma oportunidade para melhorar. É isso que eu quero dos que estão disponíveis, não só dos 11 titulares, mas dos que entram no decorrer do jogo. Na minha opinião, o mais difícil de se fazer hoje é tentar motivar e passar para os jogadores a mentalidade vencedora de que um minuto pode ser mais importante do que os outros 89 e, com isso, perceber que com essa gestão todos são importante e vão ter os seus minutos. É uma questão de momento e que tem que ver com a estratégia e com parâmetros que queremos que estejam no top. Escolhemos os 11 em função de parâmetros que analisamos.

Mentalidade vencedora: "Meteria 26 jogadores, porque são muito comprometidos com trabalho do dia a dia. Daí falar da mentalidade com espírito de respeito. Os que não jogam não têm um sorriso largo, porque isso seria hipocrisia, mas percebendo que com esta forma de jogar que eu quero só temos vindo a ganhar nos últimos cinco anos".

Qualidade do futebol: "Sou treinador há 11 anos, não me agarrei a um sistema, todos os treinadores começam com determinada forma de jogar, mas mudamos muito em função das características dos jogadores. E temos qualidade. Além de que o FC Porto, dentro da base que queremos, tinha qualidade acima da média com bola no ano passado e isso permitia-se porque tínhamos jogadores com essas características. No primeiro ano, era preciso jogar mais direto, foi o que fizemos. Isso é qualidade da equipa técnica, mas acredito que se fale mais da minha forma de viver o jogo, da forma apaixonada, da garra. E olham menos para a qualidade das equipas. Mas, desde que ganhe, está tudo bem."

Brugge diz que empate não seria mau: "É um bocadinho música para os meus ouvidos. Ninguém joga para levar um ponto. Preparam-se para defender o clube que representam sempre para ganhar. Depois, no final, tendo em conta as incidências do próprio jogo, poderá dizer-se que um ponto não é mau para o que se fez. Acho que tem alguma facilidade no que tem de falar e consegue driblar algumas coisas. Se calhar é uma mensagem para dentro, para tirar um bocadinho de peso à equipa. Não faço a mínima ideia nem quero fazer uma análise ao que o treinador adversário disse. O Club Brugge tem qualidade para ganhar. São tricampeões da Bélgica, estão habituados a ganhar, têm seis presenças na Champions nas últimas sete ocasiões. É uma equipa habituada a estes palcos. Espera-nos um jogo difícil. Cabe-nos alcançar os três pontos importantes para a nossa caminhada."

O FC Porto recebe esta terça-feira no Dragão o Club Brugge às 20h00, em jogo da segunda jornada da Liga dos Campeões. O encontro terá uma equipa de arbitragem grega, chefiada por Sidiropoulos, que terá como assistentes Polychronis Kostaras e Lázaros Dimitriadis, com Aristotelis Diamantipoulos como quarto árbitro. O também helénico Agelos Evangelou estará no VAR, no qual terá como assistente o italiano Marco Di Bello.

Na primeira ronda do Grupo D, o FC Porto perdeu por 2-1 no reduto do Atlético de Madrid, enquanto o Club Brugge venceu em casa o Bayer Leverkusen por 1-0.