O FC Porto foi afastado nas duas primeiras vezes que começou uma eliminatória europeia de futebol com um triunfo caseiro por 1-0, mas qualificou-se nas quatro seguintes, duas das quais rumo a finais.

Em 1968/69, face aos então checoslovacos do Slovan Bratislava e, em 77/78, perante os belgas do Anderlecht, as vitórias em casa por 1-0 revelaram-se escassas para seguir em frente na Taça das Taças.

O Slovan seguiu para os “quartos” com uma goleada por 4-0, incluindo um “bis” de Karol Jokl, e o Anderlecht rumou às “meias” com um triunfo por 3-0, fixado aos 83 minutos pelo ex-treinador do Sporting Frank Vercauteren.

Curiosamente, os checoslovacos e os belgas venceriam nessas épocas a extinta Taça dos vencedores de Taças, com triunfos, na final, sobre o FC Barcelona (3-2, em Basileia) e o Áustria Viena (4-0, em Paris), respetivamente.

Se ficou pelo caminho nessas duas eliminatórias, nas quatro seguintes que arrancou com triunfos por 1-0 em casa, o FC Porto conseguiu passar à fase seguinte, a primeira com os irlandeses do Dundalk (0-0 fora), em 1980/81, na primeira ronda da Taça UEFA.

Em 1983/84, nas meias-finais da Taça das Taças, o FC Porto começou por bater nas Antas o Aberdeen por 1-0 (golo de Fernando Gomes), para, a 25 de abri de 1984, ganhar na Escócia pelo mesmo resultado, graças a um grande golo de Vermelhinho, no meio do nevoeiro, aos 76 minutos.

Com esse resultado, os “azuis e brancos” qualificaram-se para a sua primeira final europeia, que perderiam, em Basileia, face à Juventus, de Michel Platini, atual presidente da UEFA, e Zbigniew Boniek, autor do 2-1 final.

Três anos depois, agora nos quartos de final da Taça dos Campeões, o FC Porto voltou a começar uma eliminatória com 1-0 em casa, selado pelo argelino Rabah Madjer, e também se qualificou, desta vez face ao Brondby.

Os dinamarqueses igualaram o “duelo” com um tento de Per Steffensen, aos 36 minutos, mas, aos 74, o brasileiro Juary, que havia entrado para o lugar do compatriota Casagrande, qualificaria o “onze” de Artur Jorge.

Madjer e Juary seriam depois os “heróis” da vitória do FC Porto na final de Viena, ao marcarem os golos que derrotaram o Bayern Munique (2-1).

Com um sublime toque de calcanhar, o argelino anulou, aos 77 minutos, o tento inaugural de Ludwig Kögl, aos 25, para, aos 80, correr pela esquerda e centrar para o suplente Juary encostar para o 2-1 final.

A última vez que o FC Porto transformou um 1-0 caseiro em apuramento aconteceu em 1993/94, na eliminatória de acesso à fase de grupos da “Champions”.

Depois do golo de Domingos Paciência, nas Antas, aos 90 minutos, o jugoslavo Tomislav Ivic levou um “autocarro” a Roterdão (um “onze” com os centrais Fernando Couto, José Carlos, Aloísio e Jorge Costa) e “anulou” o Feyenoord.

Dessa vez, os portistas chegariam às meias-finais, nas quais caíram face ao FC Barcelona, com uma derrota por 3-0 (“bis” de Stoichkov e um tento do ex-técnico do Benfica Ronald Koeman), num só jogo, em Nou Camp.

Quarta-feira, em Málaga, o FC Porto vai defender pela sétima vez um triunfo por 1-0 em casa (marcou João Moutinho), desta vez na tentativa de chegar aos quartos de final da edição 2012/2013 da Liga dos Campeões.