O jogo da fase de grupos entre AC Milan e FC Porto da Liga dos Campeões de 1996/97 foi a partida que ditou o arranque da competição para os azuis e brancos na Liga Milionária. Inserido no grupo D com Rosenborg, Gotemburgo e Milan, o FC Porto começou a sua participação no torneio com uma visita ao terreno do clube italiano, em San Siro.
Com Mário Jardel no banco, a equipa de António Oliveira não começou bem a partida e, aos 14’ minutos, Marco Simeone abriu o marcador para o AC Milan. A equipa de Maldini, Desaily e Roberto Baggio manteve-se na frente do marcador até ao intervalo.
O FC Porto apenas conseguiu responder à equipa italiana no segundo tempo. Aos 52’ minutos, o avançado brasileiro Artur repôs a igualdade no estádio San Siro. A jogar em casa, a equipa orientada por Óscar Tabárez pressionou com mais intensidade.
Já com Jardel em campo – entrou aos 62 minutos – o AC Milan chegou, de novo, à liderança no marcador. Após um erro do guarda-redes polaco dos ‘dragões, Andrzej Wozniak, George Weah encostou para o 2-1 e deu novo ânimo a San Siro. Em declarações ao SAPO Desporto, o avançado brasileiro recorda os momentos antes de entrar em campo.
“Eu não fui para o futebol português para me adaptar, eu vinha para fazer golos. Aí vem a história do jogo com o Milão. Eu fiquei muito triste por ficar no banco de suplentes”, afirmou.
Em desvantagem pela segunda vez, a equipa do FC Porto voltou a pressionar na expectativa de mudar algo no ataque. No seu primeiro jogo europeu com a camisola dos ‘dragões, o ponta de lança brasileiro teve na cabeça a oportunidade de empatar o jogo para a equipa portuguesa. Aos 75 minutos, num remate sem hipóteses para Sebastiano Rossi, Jardel marcou o seu primeiro golo europeu e colocou, de novo, o jogo empatado, desta feita a dois golos.
No entanto, o ‘estreante’ ainda não tinha fechado o livro. Oito minutos depois de ter batido o guarda-redes italiano do AC Milan, o brasileiro voltou a marcar e colocou, pela primeira vez, o FC Porto na frente do marcador.
Triste por estar no banco de suplentes, Mário Jardel queria provar que António Oliveira estava errado quando decidiu deixá-lo fora do onze inicial.
“O António Oliveira veio ter comigo no banco e disse-me: 'vais entrar e vais fazer um golo’ Eu olhei para ele e respondi: 'não vou fazer um, vou fazer dois'. Entrei e fiz os dois golos.”
O resultado não sofreu alterações e o FC Porto começou a fase de grupo da Liga dos Campeões da melhor forma possível. Dez anos depois da conquista do primeiro título de campeão europeu, a equipa portuguesa conquistou, para além dos três pontos, a primeira vitória no reduto do clube italiano desde 1979.
Contudo, para o antigo jogador, mais importante do que o resultado foi o começo da história no futebol luso.
"E aí começou a minha história no futebol português, a história bonita que vocês conhecem", concluiu.
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