Numa noite muito fria em Lisboa, o Benfica venceu o Zenit, por 1-0, e parte em vantagem para a segunda mão, mas a eliminatória continua em aberto para ambas as equipas nos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Apesar do desaire no último jogo frente ao FC Porto, Rui Vitória decidiu não mudar nada e manteve o mesmo onze. Já o Zenit de André Villas-Boas surgiu em campo com várias caras conhecidas, nomeadamente Danny, Hulk, Witsel, Garay e Javi García.

Perante um adversário que não realizava um jogo oficial há cerca de dois meses, o Benfica tentou impor o seu jogo logo de início, mas esbarrou desde cedo numa muralha compacta. Ciente do menor ritmo competitivo, a equipa russa foi fiel à estratégia anunciada por André Villas-Boas de levar um bom resultado para a segunda mão, e assim apresentou um bloco baixo e sólido, anulando o espaço ao ataque encarnado.

O início foi frio, tal como a noite, jogado num ritmo muito baixo e sem desequilíbrios. Assim, o primeiro remate digno desse nome foi só aos 18’, por Pizzi, mas a bola saiu fraca e à figura de Lodygin. O domínio territorial era quase inofensivo, muito por força do controlo do Zenit, e a tentativa seguinte de agitar o jogo só apareceu aos 29’, por Jonas, num remate de longe, com a bola a passar perto do poste.

A ameaça mais temida pelos adeptos encarnados, Hulk, mostrava-se esta noite discreto e apenas deu um sinal de presença já perto do final da primeira parte, com um livre a passar ao lado da baliza de Júlio César. Consequentemente, o 0-0 resistiu sem surpresa até ao intervalo.

No segundo tempo, o ritmo foi um pouco mais alto, devido à maior intensidade aplicada pela equipa de Rui Vitória. Depois de um remate perigoso de Witsel, o técnico encarnado tentou mudar a estratégia e lançou Raul Jimenez para o lugar de Mitroglou, em busca de maior rapidez no ataque.

A hegemonia encarnada reforçou-se ainda com o apoio dos 48615 adeptos no Estádio da Luz. Pouco depois, entrava ainda Carcela para o lugar do apagado Pizzi. Porém, não foi só o médio português a assinar uma atuação pálida. Gaitán também esteve longe do seu melhor, falhou uma ocasião isolado (68') perante Lodygin, e só mesmo Renato Sanches era quem brilhava.

Entretanto, numa atuação de critério apertado, já André Almeida, Jardel, Javi Garcia e Criscito tinham visto cartões e ficavam de fora da segunda mão; aliás, o italiano foi expulso já em cima do minuto 90. O jogo parecia irremediavelmente encaminhado para o nulo, até que Jonas entrou finalmente em cena.

Sempre inconformado, o avançado brasileiro fez o golo da vitória de cabeça aos 91 minutos e soltou o ‘Inferno da Luz’, após uma assistência de Gaitán, na sequência de um livre. Um golo tardio, mas justo para a maior determinação encarnada na partida.

O Benfica parte assim em vantagem para a segunda mão, na Rússia, que está agendada para 9 de março.