A realização da final a oito' da Liga dos Campeões de futebol em Lisboa, em agosto, será uma "promoção extraordinária" para Portugal, disse hoje à Lusa o presidente da Confederação de Turismo de Portugal (CTP).
À Lusa, Francisco Calheiros comparou a organização de um evento desta dimensão, ainda mais no contexto da pandemia de covid-19, a "sair o Euromilhões", até porque "já está a ser falado no mundo inteiro e é só daqui a dois meses".
Depois de os efeitos da pandemia no setor do turismo, "talvez o mais castigado", terem deixado quebras de receita "nos 97% segundo os números de abril", adiantou, um evento que "movimenta milhares e milhares de pessoas" vai permitir "uma receita adicional extremamente importante para Lisboa".
"Mas mais importante do que isso é a montra. (...) Vai ser uma montra brutal para o mundo inteiro, vamos estar nos telejornais e nos jornais todos os dias. É um cartão de visita espetacular para, quando passar esta pandemia, haver mais um pretexto para nos virem visitar", defendeu.
Francisco Calheiros explica ainda que "independentemente de ter ou não espetadores, um evento destes vai movimentar milhares e milhares de pessoas", entre as várias equipas, que terão de permanecer na cidade até ao final da prova, mas também "jornalistas do mundo inteiro".
"Falava com um hoteleiro que ia estar fechado, mas foi nomeado e vai ficar aberto. Já está cheio", exemplificou o presidente da CTP.
Se Portugal já era visto como "um destino muito seguro a nível mundial", e daí a aposta "para férias" e também eventos nos últimos anos, com a pandemia, houve "um acréscimo", ou seja, o país é também considerado "muito responsável a nível sanitário".
Calheiros defende que houve "muito trabalho" em trazer a ‘final a oito' para Portugal, elogiando o trabalho da Federação Portuguesa de Futebol, até porque "não há quem não queira uma final da ‘Champions', ainda por cima com um formato completamente novo".
Ao lado desta "promoção extraordinária" para o país poderá estar ainda "uma combinação perfeita", ou "a cereja em cima do bolo": a organização de uma prova do campeonato do mundo de Fórmula 1 em Portimão, em setembro, algo que será discutido e votado em julho.
"Era o dois em um, e estarmos uns quantos meses sem sairmos das bocas do mundo. (...) Portugal hoje em dia já capta imensos eventos de projeção mundial, como a Web Summit", considerou.
Num momento em que "qualquer notícia é sobre a covid-19", "ganhar um evento destes era o melhor que podia ter acontecido", porque as pessoas "estão ansiosas de algo que não seja a pandemia, o número de infetados".
"Já está tudo farto, e este [a ‘final a oito’] será o primeiro grande acontecimento", sentenciou, com a garantia de que o setor do turismo vai "saber aproveitar, e muito bem", a oportunidade em causa.
O Comité Executivo da UEFA decidiu quarta-feira que Lisboa vai ser o palco para o desfecho da edição de 2019/20 da Liga dos Campeões, com uma inédita ‘final a oito', em eliminatórias apenas com um jogo, nos estádios da Luz e José Alvalade, entre 12 e 23 de agosto.
A ‘casa' do Benfica vai ser o palco da final, em 23 de agosto, em detrimento do Estádio Olímpico Ataturk, em Istambul, na Turquia, depois de os jogos das meias-finais, em 18 e 19, e dos quartos de final, entre 12 e 15, nos dois recintos lisboetas.
O Estádio do Dragão, no Porto, que deixou de receber a Supertaça Europeia, e o Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, estão como hipóteses de locais para os restantes jogos da segunda mão dos oitavos de final, em 07 e 08 de agosto, caso não sejam disputados nos recintos dos clubes anfitriões.
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