O Ministério Público português (MP) decidiu suspender provisoriamente o processo relacionado com as detenções de ativistas da Greenpeace na final da Liga dos Campeões. Em maio passado, dez indivíduos ligados à organização não-governamental tentaram um protesto público contra a empresa russa Gazprom.

Com efeito, esconderam-se durante três dias antes do jogo da final no interior de um dos tubos da cobertura do Estádio da Luz. O objetivo era desfraldar duas faixas sendo uma relacionada com a Greenpeace e a outra contra as explorações do ártico por parte da empresa russa. O grupo de ativistas foi encontrado 30 minutos antes do início do jogo e estes foram indiciados num crime de invasão da área de um espetáculo desportivo.

A procuradoria-geral de Lisboa confirmou, na sua página oficial na internet, que os ativistas se esconderam na tubagem do Estádio e que se preparavam para seguir em frente com o protesto.

“Segundo os indícios recolhidos, os arguidos agiram por motivos ideológicos, com o objetivo de manifestar e divulgar publicamente a sua opinião de que a Gazprom deverá deixar de explorar o petróleo do Ártico e de que a UEFA deverá deixar de a ter como patrocinadora, aproveitando a elevada projeção internacional do referido evento desportivo".

A investigação da procuradoria-geral decorreu entre 26 de maio e 11 de junho, dentro dos conformes estabelecidos para a análise e pesquisa referentes a um processo deste género. A suspensão provisória foi imposta durante seis meses, com a condição de não voltarem a realizar ações de natureza semelhantes.

Os arguidos estão também impedidos de entrar em recintos desportivos por todo o território português, pedir desculpas aos lesados e pagar um donativo de 300 euros à Liga dos Amigos dos Hospitais.

Em relação ao jogo, o Real Madrid venceu o Atlético de Madrid e conquistou o troféu da Liga dos Campeões. Com um resultado de 4-1 no prolongamento, com um golo de Ronaldo, os merengues conquistaram “la décima” na final de Lisboa.