José Mourinho considerou hoje que foi «honesto» com Iker Casillas, a quem deixou pela segunda vez fora dos convocados após o regresso de lesão, e não confirmou se falou com o futebolista para lhe comunicar a sua decisão.
«Considero que sim, que fui honesto», respondeu o treinador do Real Madrid quando o questionaram se teve com o guarda-redes a honestidade que pede a todos os jogadores.
Na conferência de imprensa de antevisão do encontro com o Galatasaray, dos quartos de final da Liga dos Campeões, o técnico dos “merengues” disse que o guarda-redes, que regressou aos treinos sem limitação após uma fratura da mão, tem «treinado bem» e deve «continuar a trabalhar da mesma forma, à espera que chegue uma oportunidade».
O treinador português fez a defesa do atual “dono” da baliza do Real Madrid, Diego Lopez, remetendo para o «rendimento da equipa» a responsabilidade pelo facto de esta sofrer golos há sete jogos consecutivos e acusando quem critica o guardião titular de ser «imparcial».
Desafiado a comentar a ação promovida por um grupo de sócios do Real Madrid, para organizar uma manifestação em apoio da sua continuidade, desvalorizou-a: «Importante é a equipa, não eu nem o meu futuro. Simplesmente, vou tentar ajudar o clube a alcançar os seus objetivos, que este ano são dois».
«Agradeço, mas não gostei. Penso que o futebol é no estádio, o apoio deve ser feito no estádio, à equipa e não a pessoas. Se há quem goste e viva encantado com o apoio individual, eu não gosto por entender que o futebol é um jogo coletivo», referiu.
Um deles dos objetivos para esta temporada é a conquista da décima Liga dos Campeões, e o próximo obstáculo são os turcos do Galatasaray, que o Real Madrid recebe na quarta-feira, no primeiro embate da eliminatória.
«Vai ser um jogo complicado. Eles têm um grande treinador, com experiência em jogos deste nível e que se sente à vontade neste patamar competitivo. Irá organizar a equipa para defender, trabalhar e obter o melhor resultado. Contam com jogadores que alinharam nas melhores equipas do mundo», afirmou.
De resto, Mourinho colocou o Real Madrid «no mesmo patamar» dos outros sete adversários que se qualificaram para os quartos de final, considerando que a sua equipa «não está pior nem melhor» do que no ano passado, realçando o facto de não ter jogadores lesionados nesta fase crucial da época.
Uma questão que suscitou alguma polémica foram declarações de Mourinho sobre a «falta de eficácia» da equipa, ilibando Cristiano Ronaldo, o «único que manteve a média de golos da época passada», o que foi entendido como uma crítica implícita aos dois pontas de lança, Higuaín e Benzema.
«Quem marca os golos não tem significado. Temos dois números nove que, pela sua qualidade, criam expectativas elevadas. Quando tens grandes jogadores esperas sempre grandes coisas deles. Vamos ver se nesta eliminatória conseguem marcar. Por exemplo, na segunda partida com o Manchester United, o Higuaín não marcou, mas fez um grande jogo», disse Mourinho.