A crónica da vitória desta noite do Benfica sobre o Spartak Moscovo resume-se a 45 minutos e um nome: Óscar Cardozo. O avançado paraguaio saltou do banco após o intervalo, para o lugar de Rodrigo, e em 25 minutos fez dois golos. Até podia ter feito mais, mas a perfeição passou ao lado do paraguaio, que se limitou a ser decisivo, como em tantas outras noites.

As contas do Benfica neste grupo G já eram complicadas antes do apito inicial, mas à eficácia de Cardozo faltou um aliado: o Barcelona. Os catalães foram surpreendentemente derrotados pelo Celtic (2-1), em Glasgow, e deixa os encarnados numa situação difícil para chegar aos oitavos de final. As decisões vão passar pelo que o Benfica terá de fazer em pleno Camp Nou.

Hoje, com André Almeida, Melgarejo e Ola John no onze, o Benfica entrou a todo o gás. A pressão inicial remeteu o Spartak à sua defesa e os estragos podiam ter sido maiores, caso o árbitro Florian Meyer tivesse assinalado uma grande penalidade sobre Garay, logo aos dois minutos.

Os russos, depois de vencerem em casa há duas semanas, entraram com a lição estudada: tentar aguentar o ritmo alto do Benfica e assustar no contra-ataque. E foi assim que Artur teve de se empenhar logo aos 13’, a negar o golo a Bilyaletdinov. O lance teve o mérito de reforçar a concentração do Benfica, que começou a cheirar o golo por Lima e Salvio, graças aos desequilíbrios de Melgarejo e Ola John no flanco esquerdo.

A falta de eficácia dos encarnados ditou o nulo ao intervalo, apesar da atuação positiva, com realce ainda para as prestações de Enzo Pérez e André Almeida.

A segunda parte foi o tempo de Cardozo. O paraguaio quis mostrar a Jorge Jesus que é uma arma para todos os jogos – Champions, inclusive – e substituiu Rodrigo com uma eficácia que faltava à equipa. Aos 50’ meteu a bola na baliza, mas foi assinalado fora de jogo. Cinco minutos volvidos, foi mesmo golo. O paraguaio respondeu de cabeça ao cruzamento do compatriota Melgarejo.

Apesar da boa reação dos russos, que começaram a rondar a baliza de Artur explorando as costas de Maxi Pereira, o Benfica crescia no jogo, com um ritmo bastante aberto. Aos 69’ chegou  o segundo golo, novamente por Cardozo, mas desta feita com um remate à meia volta, após uma excelente assistência de Ola John.

Depois disso, o paraguaio “deu-se ao luxo” de falhar ainda um penálti (77’) e falhar mais uma oportunidade claríssima, que tornariam uma noite inspirada numa noite perfeita para o avançado. O Benfica cumpriu a sua missão, faltou a ajuda do Barcelona. As decisões vão passar agora pelo que o Benfica terá de fazer em pleno Camp Nou.