O FC Porto tocou esta quarta-feira o céu do futebol europeu, ao vencer o Bayern de Munique por 3-1, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, com dois golos de Ricardo Quaresma e um de Jackson Martínez. O golo sofrido, apontado por Thiago, dificulta a missão portista, mas não impede o Dragão de sonhar com a presença nas meias-finais.
Antes do apito inicial havia dúvidas, hesitações, receios. Afinal, o adversário não era qualquer um. Era o Bayern, um dos gigantes do futebol europeu e mundial. Mas perante uma casa vestida de gala como a ocasião o exigia, os "dragões" conseguiram ser, realmente, protagonistas. Como Julen Lopetegui tantas vezes pediu.
Arranque para nunca mais esquecer
Mal soou o apito de Carlos Velasco, a história foi diferente do esperado. O FC Porto batalhou olhos nos olhos com o adversário, manteve a concentração e aproveitou as ocasiões que avistou, com uma entrada de sonho que tão cedo não será esquecida pelos adeptos portistas. Dois golos logo nos primeiros dez minutos, levando o Dragão ao rubro.
Primeiro, logo aos 2', o regressado Jackson Martínez roubou a bola a Xabi Alonso e foi derrubado por Manuel Neuer, que viu cartão amarelo. Penálti assinalado e Ricardo Quaresma chamado a bater. Bola para um lado, Neuer para o outro e a primeira grande explosão de alegria na casa dos "dragões".
Até parecia mentira, um golo tão madrugador diante de um colosso europeu. Menos de dez minutos depois, no entanto, os "dragões" mostraram que nada tinha sido por acaso. Novamente Quaresma a ser protagonista no lance. O Mustang intercetou um passe de Dante e ficou isolado perante o gigante Neuer. Parte exterior do pé na bola, como Quaresma tão bem faz, e o segundo golo portista.
Com dois erros do adversário bem aproveitados, os "dragões" conquistavam o direito a sonhar com as meias-finais da prova maior de clubes europeus, mas o Bayern não entregou o jogo de mão beijada. Acordou tarde, mas lá acordou. Aos 28 minutos, Boateng cruzou do lado direito e encontrou Thiago Alcântara no segundo poste. O internacional espanhol não desperdiçou e reduziu para 2-1, colocando algum travão na euforia.
A partir daqui e até ao final da primeiro tempo, o argumento do jogo assumiu contornos mais previsíveis. O Bayern tomou conta da circulação da bola, tendo chegado mesmo a registar 70 por cento de posse, e o FC Porto recuou, atento a eventuais oportunidades de contra-ataque. Aos 34 minutos, um cruzamento de Alex Sandro quase surpreendia Neuer, que teve de desviar a bola para a barra.
Classe do Cha Cha Cha e Dragão ao rubro
O intervalo chegou em boa altura para o FC Porto, já que os bávaros assumiam o controlo da partida por inteiro nesta fase. Com a reposição do jogo, os "azuis-e-brancos" recuperaram a ousadia. Aos 56 minutos, Casemiro tentou bater Neuer com um chapéu do meio-campo. Se não fosse Neuer mas sim qualquer outro, talvez tivesse funcionado. Assim, o alemão segurou com relativa tranquilidade.
Logo de seguida, o guardião alemão mostrou mesmo porque esteve entre os três finalistas à Bola de Ouro. Quaresma entregou a Danilo, que fez um cruzamento rasteiro e encontrou Herrera. O golo parecia certo, mas Neuer fez uma defesa de sonho e desviou por cima da barra.
Não foi então mas foi pouco depois. Corria o minuto 65 quando um passe longo de Alex Sandro encontrou Jackson, após falha de Boateng. O colombiano contornou Neuer e encostou para o 3-1, levando o Dragão a nova explosão de alegria.
Poder-se-ia dizer que o mais difícil estava feito, mas tal não seria verdade. Tentando fazer uso das suas armas, o Bayern de Pep Guardiola procurou voltar a reduzir a vantagem portista e partiu para cima do adversário, como seria de esperar.
Por esta altura, o FC Porto recorreu a alguma necessária "matreirice". Abrandou o ritmo de jogo e baixou ainda mais as linhas, com Lopetegui a lançar o jovem Rúben Neves para o lugar de Óliver Torres. Funcionou e o FC Porto conseguiu manter a vantagem de dois golos até ao final. O sonho portista torna-se cada vez mais real: as meias-finais da Liga dos Campeões estão a 90 minutos.
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