As individualidades do Real, compradas por milhões, e o coletivo do Atlético, que custou “meia dúzia de tostões”, medem forças sábado no Estádio da Luz, numa inédita final da Liga dos Campeões em futebol entre madrilenos.

Cristiano Ronaldo e Gareth Bale são os símbolos de um clube milionário, as duas “estrelas” de um “onze” que, sendo o previsível, custou qualquer coisa como 400 milhões de euros, “peanuts” para Florentino Perez, na demanda de que os “merengues” sejam, ou voltem a ser, o clube número 1.

A obsessão é a 10.ª, que o clube procura desde que somou a nona, há 12 anos, em 2001/2002. Só agora volta a estar perto, numa 13.ª final para a qual parte como favorito, mas mais pelo nome e o estatuto do que por qualquer outra coisa.

Se o destino da 59.ª final da principal competição de clubes do “velho continente” se fizesse pelas individualidades, o título estava entregue ao “onze” do italiano Carlo Ancelotti, mas o Atlético tem provado em 2013/14 que é o coletivo que mais ordena.

Foi nessa base que, sob o comando do argentino Diego Simeone, a personificação da garra, do querer, do nunca desistir, os “colchoneros” já arrebataram o título espanhol, numa “final” com o FC Barcelona, em Nou Camp. Precisavam de empatar e empataram.

Agora, é uma nova final, sem aspas, que uma equipa com um “onze” de pouco mais de 50 milhões de euros – menos do que os 60 pelos quais venceram no defeso o colombiano Falcao ao AS Mónaco – vai tentar vencer, agarrada aos predicados de sempre, o coletivo.

O objetivo é “apagar” 1973/74, época em que o Atlético chegou pela primeira vez à final e esteve com mão e meia no “caneco”, quando já sobre o final do prolongamento, aos 114 minutos, se adiantou ao Bayern, com um tento do já saudoso Luis Aragonés. Os bávaros empataram aos 120 e golearam por 4-0 num segundo jogo.

Na presente edição da “Champions”, o Atlético nem um desaire conheceu, afastando AC Milan, FC Barcelona e Chelsea, enquanto o Real Madrid passou sem problemas Schalke 04 e Bayern, mas, pelo meio, teve problemas em Dortmund, onde os locais chegaram a 2-0, após o 0-3 de Madrid. A fase de grupos foi para “aquecer”.

Em confronto direto, na presente temporada, o Atlético foi mais forte no campeonato (1-0 fora e 2-2 em casa) e o Real na Taça do Rei, nas meias-finais, na única vez durante a época em que os “colchoneros” não foram iguais a si próprios: pagaram-no com um pesado 0-5 (0-3 fora e 0-2 em casa).

Na última final, da Taça do Rei, há pouco mais de um ano (17 de maio de 2013), o Atlético impôs-se por 2-1, após prolongamento, em pleno Bernabéu. Cristiano Ronaldo colocou os então comandados de José Mourinho na frente, mas Diego Costa e Miranda, aos 98 minutos, viraram o resultado.

As duas equipas não estão na máxima força para a final de Lisboa, com os “merengues” a apresentarem-se sem o castigado Xabi Alonso, o lesionado Jesé e com vários jogadores em dúvida, nomeadamente o central internacional português Pepe.

Por seu lado, Cristiano Ronaldo vai, certamente, jogar, resta saber em que condições, depois de sucessivos problemas musculares nas últimas semanas. Já marcou 16 golos, um novo recorde da competição, e só disputou 10 jogos.

Do lado “colchonero”, Diego Costa está em situação similar à do “capitão” da seleção lusa, mas, por ter forçado em Nou Camp, a sua presença na Luz é mais do que duvidosa, sendo mesmo mais provável que acabe por ficar de fora.

Arda Turan, que também saiu lesionado da “final” da Liga espanhola, deve, pelo contrário, comparecer no “onze.

O Atlético poderá jogar com Courtois, uma defesa com Juanfran, Miranda, Godin e Filipe Luis e um meio-campo reforçado, com Gabi, Tiago, Koke, Arda Turan e Raul Garcia, este mais no apoio ao ponta de lança, provavelmente Villa, ou Adrien... ou Diego Costa.

Quanto ao Real, Carvajal, Pepe (ou Varane), Sérgio Ramos e Fábio Coentrão, se não voltar Marcelo, estarão à frente de Casillas, no meio campo Illarramendi poderá fazer de Xabi, atrás de Modric e Di Maria, com Ronaldo, Bale e Benzema na frente.

A segunda final em Lisboa, depois de a de 1966/67 ter consagrado o Celtic (2-1 ao Inter), os “Lisbon Lions”, vai, de qualquer forma, escrever história, a da 10.ª vitória do Real ou a da primeira do Atlético. As “hostilidades” abrem às 19:45, com arbitragem do holandês Björn Kuipers.

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