A UEFA voltava a escolher Lisboa para receber a ‘final a oito’ da Liga dos Campeões de futebol, tal como o fez em 17 de junho, devido à pandemia de covid-19, segundo o presidente do organismo, Aleksander Ceferin.

Em entrevista à agência Lusa, o dirigente esloveno foi inequívoco na resposta sobre a escolha acertada da capital portuguesa para a principal prova continental de clubes, que vai ter o desfecho no domingo, com a final entre Paris Saint-Germain e Bayern Munique.

“Claro. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) trabalhou tanto, em conjunto com as autoridades portuguesas e a UEFA, para fazer da prova um sucesso retumbante. Algumas pessoas estavam céticas sobre o formato e não acharam que poderia ser um sucesso. Contudo, o presidente da FPF, Fernando Gomes, e o diretor-executivo, Tiago Craveiro, podem estar orgulhosos, de forma justificada, do que alcançaram”, afirmou Ceferin.

Desde dia 12, os estádios da Luz e José Alvalade receberam os jogos dos quartos de final e meias-finais da ‘Champions’, numa organização considerada exemplar.

“Foi extremamente importante que tenhamos tido a oportunidade de retomar a competição e Lisboa foi uma fantástica cidade-sede da prova. O apoio das autoridades portuguesas e da FPF foi de excelência e penso que todos os clubes podem testemunhar a qualidade das infraestruturas e a organização de topo”, referiu o presidente da UEFA.

Ceferin reconheceu as dificuldades com a concretização deste modelo inédito de competição, com eliminatórias disputadas em um só jogo e sem público.

“Não foi uma tarefa fácil conseguir levar a cabo esta prova com um formato único, pelo que não posso deixar de agradecer a todos os que estiveram envolvidos, que trabalham de forma árdua para assegurar que pudéssemos assistir de novo, a partir das nossas casas, aos melhores dos melhores clubes a competir”, salientou.

Este esforço foi enaltecido pelo líder do organismo que rege o futebol europeu, tendo em conta que, para a realização da ‘Champions’, e das várias competições nacionais, foi necessário adiar por um ano o Euro2020, no qual Portugal vai defender o título conquistado em 2016.

“A UEFA tomou uma decisão em nome dos interesses do jogo na Europa quando decidiu adiar o Euro2020 para o verão de 2021. Mas foi uma medida necessária, porque criou espaço para que as competições domésticas e internacionais de clubes em todo o continente pudessem voltar a ser jogadas e concluídas”, vincou.

O presidente da UEFA considerou “muito relevante destacar a solidariedade na comunidade do futebol, que trabalhou de forma próxima e que mostrou uma tremenda união ao longo desta crise sem precedentes”.

“Ser capaz de concluir tantas competições esta época é o resultado de tamanho trabalho solidário com os ‘stakeholders’ e foi crítico para os clubes financeiramente. Os clubes têm um papel central nas suas comunidades locais – como empregadores, animadores sociais e como o íman que permite às sociedades manterem-se unidas. Estes fatores são muitas vezes ignorados quando se fala da importância do futebol”, concluiu.

Paris Saint-Germain e Bayern Munique disputam no domingo, a partir das 20:00, a final da edição de 2019/20 da Liga dos Campeões, no Estádio da Luz, em Lisboa.

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