O treinador do Vitória de Guimarães, Rui Vitória, considerou hoje que o jogo de quinta-feira diante dos espanhóis do Betis não é decisivo para a passagem à fase seguinte da Liga Europa de futebol.

O Lyon lidera o grupo I, com cinco pontos, os mesmos que o Betis, segundo classificado, e logo atrás vem o Vitória, com quatro pontos.

Há duas semanas, a equipa de Sevilha bateu a de Guimarães por 1-0, pelo que em caso de triunfo na quinta-feira o Vitória ultrapassa na tabela o Betis, mas Rui Vitória, apesar de ter a «consciência da importância do jogo», não considera que seja decisivo e entende que tudo se vai ser decidido na última jornada.

O técnico preferiu valorizar o facto de, nesta altura da competição, o Vitória estar a disputar a passagem à fase seguinte, contrariando o favoritismo inicial dado às equipas francesa e espanhola.

O defesa central Abdoualaye e Maazou estão convocados, mas ainda não é certa a sua utilização. O treinador desvalorizou o peso da derrota no campeonato com o Gil Vicente (1-0) e disse que a equipa deve ser madura e ter a «esperteza suficiente para saber como ganhar».

«Nenhuma das equipas nos encostou às cordas [nesta competição], não fomos inferiores a nenhuma delas, e vamos ter agora dois jogos em casa [Betis e Lyon] para os quais vamos com toda a ambição», referiu.

Sobre o adversário, notou que «é uma equipa matreira» que passa por «um momento menos bom» no campeonato espanhol.

Rui Vitória lembrou o jogo de Sevilha de há duas semanas e disse que o Vitória não o venceu «por fatores alheios», numa alusão implícita à equipa de arbitragem.

Sobre esse assunto, deu os «parabéns» à UEFA por, desta vez, ter tido a «preocupação» de nomear um árbitro com algum prestígio - «foi o melhor árbitro de Itália no ano passado», disse.

O treinador espera um Betis defensivo, tal como aconteceu em Sevilha.

«Jogou no seu meio-campo, à espera do nosso erro, o que é até contraditório com o estatuto das duas equipas. Até ficamos baralhados por ter tanta bola, sem a pressão que esperávamos, espero que seja a mesma coisa aqui», disse.

Paulo Oliveira «Temos de estar concentrados ao limite»

O defesa central Paulo Oliveira concordou com o caráter não decisivo da partida e disse esperar que o apoio do público vimaranense possa fazer pender a balança para o Vitória.

«O que temos de fazer de diferente? Em Espanha sentimos que fizemos uma boa partida, todos demos o nosso melhor, mas o futebol não é uma máquina, e isso por vezes não é suficiente. Os jogadores devem continuar a sair do campo com a consciência tranquila. O trabalho está a ser bem feito e temos que fazer tudo o que está ao nosso alcance para vencer», afirmou.

Paulo Oliveira notou que apesar do Betis «não estar a atravessar um momento muito feliz, tem um plantel recheado de bons jogadores».

«Temos de estar concentrados ao limite porque a este nível todos os pormenores pagam-se caro», disse.