Foi preciso esperar pela segunda parte do jogo com o Besiktas para que chegasse o carimbo do Sporting no passaporte rumo aos 16 avos de final da Liga Europa. Uma primeira parte muito fraca dos leões fez temer a eliminação, num cenário que se tornou ainda mais negro com o golo turco, mas que terminou sob o signo da festa da reviravolta em Alvalade.

O rótulo de decisivo levou Jorge Jesus a meter “a carne toda no assador”, como se costuma dizer nos meandros futebolísticos. Porém, o treinador leonino estaria longe de adivinhar que as suas peças ‘premium’ estavam tão insossas no início do desafio.

Para trás tinham ficado as experiências e a rotatividade. A noite era de decisões, mas a decisão de jogar com a equipa mais forte parecia surpreendentemente errada ao intervalo. De facto, os turcos foram sempre mais rápidos, mais fortes e mais acutilantes neste período, sobretudo por Sahan, que obrigou Rui Patrício a evitar um “golo cantado” para os forasteiros.

Ao intervalo, Jorge Jesus começou a mudar o desfecho daquele filme dramático para onde os leões se estavam a deixar arrastar. Nos balneários ficou o inofensivo Montero para entrar o irreverente Gelson Martins. Foi já com a jovem pérola leonina que os turcos marcaram, graça ao golo de Mario Gomez, aos 58’, no seguimento de uma grande assistência de Ricardo Quaresma. De trivela, como não podia deixar de ser.

Contudo, logo a seguir o técnico leonino toma a decisão mais arrojada, ao retirar o capitão Adrien do meio-campo do Sporting – hoje incapaz de superar a pressão turca no primeiro tempo. Entrava então Téo Gutiérrez e não demoraria muito a fazer a diferença.

Em pouco mais de 10 minutos, o Sporting arrumou a questão ao ponto de construir uma vitória tranquila. Os três golos nasceram dos pés de Slimani (66’), Bryan Ruiz (72’) e Téo Gutiérrez (77’). Pelo meio ficava ainda para a memória leonina os dois erros do guardião Zengin na baliza do Besiktas, ao mostrar-se aquém das expectativas nos dois primeiros golos e para um desafio deste calibre.

Depois de considerar uma eventual progressão na Liga Europa “um problema”, o treinador Jorge Jesus abraça finalmente a competição e deixou-se “seduzir” pelos encantos da segunda prova da UEFA.

Após esta vitória por 3-1, o Sporting seguiu em frente na Liga Europa, graças ao segundo lugar no grupo H. Por ter sido apenas segundo classificado, o Sporting não irá ser cabeça de série no sorteio dos 16 avos de final.