André Villas-Boas foi apresentado, esta quarta-feira, como treinador do Marselha, no Vélodrome. Acompanhado por Jacques-Henri Eyraud, presidente do clube francês, e Andoni Zubizarreta, diretor desportivo, o treinador português mostrou-se satisfeito por regressar ao ativo.

"Fiquei um ano sem trabalhar, porque estou muito feliz pelo meu percurso no futebol. Provavelmente, se o Marselha não me apresentasse proposta ficaria no Porto, a aguardar pelo clube ideal, e pelas condições ideais para prosseguir a minha carreira", começou por dizer.

Na época passada, sob o comando de Rudi Garcia e com o defesa central português Rolando, a equipa terminou fora dos lugares que dão acesso às competições europeias, na quinta posição, com 61 pontos, menos 30 do que o bicampeão Paris Saint-Germain.

Villas-Boas traçou de imediato o objetivo principal para a nova temporada: terminar no pódio. Isto sem esquecer as limitação impostas pela UEFA nas contratações do clube.

"Temos, evidentemente, grandes desafios e faremos tudo para atingir o objetivo, que é fazer tudo para terminar nos primeiros três lugares da liga francesa. Será uma época longa, com semanas longas, sem Europa, mas que nos permitirão preparar bem os jogos e abordá-los em ótima condição", acrescentou.

"Estamos limitados porque o clube está controlado pela UEFA, devido às regras do “fair-play” financeiro, mas vamos construir um plantel efetivo. Faremos o melhor possível com o orçamento que teremos à disposição", garantiu.

André Villas-Boas admitiu que no Chelsea, clube que treinou em 2011/12, foi muito radical na sua filosofia, mas elogiou a ‘escola’ do futebol francês, técnica e criativa, e disse que a respeitará.

“Não sou um treinador defensivo, quero jogar um futebol ofensivo, um pouco como o ‘slogan’ do OM: ‘direto ao golo’”, justificou.

A nível pessoal, o técnico português disse estar feliz com a carreira, na qual procurava o clube ideal, e disse ter aprendido com a “metodologia de José Mourinho”, mas que o mais importante são “os jogadores e as pessoas” que o acompanham.

Na conferência, o técnico disse também já ter falado com Rolando, central português do Marselha, e que, entre as pessoas da sua confiança, é possível que venha a contar com o ex-futebolista Ricardo Carvalho.

"Trago comigo um grupo de pessoas da minha confiança e que estão comigo desde o Zenit e, potencialmente, teremos uma grande introdução que é a do Ricardo Carvalho, que pode juntar-se a nós. Já falei com ele e acredito que ele fará parte desta equipa técnica", indicou.

Na terça-feira, o Marselha anunciou a chegada de André Villas-Boas, depois de uma época aquém dos objetivos para o segundo clube com mais títulos em França e o único com um título europeu.

A equipa, que não ergue o troféu desde 2009/10, tem nove títulos, menos um do que o Saint-Étienne, além de ser o único clube do país a ter vencido a Liga dos Campeões, em 1992/93, época em que bateu na final o AC Milan.