
Vitinha é visto hoje, não só como peça fundamental do Paris Saint-Germain de Luís Enrique, como também como um dos médios de referência no futebol europeu atual.
Contudo, esta experiência no futebol estrangeiro está a milhas daquilo que o jogador vivenciou aquando da sua passagem pelo Wolverhampton, como recorda Romain Saiss, antigo colega de equipa de Vitinha nos Wolves.
"Tecnicamente, o Vitinha já estava confortável. Hoje, resiste nos duelos. Na altura, muito menos. Tem um jogo um pouco parecido com o de [Marco] Verratti, com três ou quatro toques antes de soltar a bola. Se não resistes fisicamente em Inglaterra, és atropelado. E os árbitros nem sempre te ajudam. Era isso que lhe faltava, mesmo nos treinos. Ele dava um toque a mais e “bum”. Mas ele não se escondia do trabalho", afirmou Saiss ao jornal L'Equipe.
No Wolverhampton, Vitinha precisava de fazer apenas 20 jogos para que o clube o adquirisse em definitivo. Contudo, o médio foi utilizado em apenas 19 jogos, numa época em que Nuno Espírito Santo era o treinador dos Wolves. O lateral Marçal partilhou balneário com Vitinha e recorda as dificuldades vividas pelo médio português.
"O treinador foi difícil com ele. Apesar de ter feito coisas incríveis nos treinos, não o conseguiu convencer. Nuno Espírito Santo queria que Vitinha jogasse simples, que soltasse a bola mais rapidamente. Ele tentava cumprir, mas também não queria perder a sua identidade", afirmou.
Contudo, o internacional português nunca perdeu a motivação e o foco, como prova um episódio que Marçal partilha ao L´Equipe sobre a visão que Vitinha já tinha para a sua carreira.
"Um dia, perguntei-lhe: "O que é que achas que vais fazer na próxima época?" Ele estava emprestado pelo FC Porto, mas precisava de fazer 20 jogos como titular para serem obrigados a comprá-lo. Ele respondeu-me: "Marçal, vou voltar para o FC Porto, parto tudo lá e, na época seguinte, vou para um dos oito melhores clubes da Europa". Eu pensei para mim: "Uau, o rapaz não joga no Wolverhampton e pensa que vai assinar pelo Manchester City ou por um clube desses? É um bocado maluco!" Mas não, não era", concluiu o brasileiro.
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