O histórico Bordéus desceu administrativamente ao terceiro escalão francês, devido a problemas financeiros, quase um mês depois de ter sido relegado pela via desportiva à II Liga, anunciou hoje a Liga de Futebol Profissional (LFP).

Em comunicado, o organismo refere que os ‘girondins’, seis vezes campeões nacionais (1949/50, 1983/84, 1984/85, 1986/87, 1998/99 e 2008/09), ‘caíram’ para a ‘National 1’ de acordo com as normas da Direção Nacional de Controlo e Gestão (DNCG), na sequência de análise à sua situação financeira pela Comissão de Controlo de Clubes Profissionais.

O Bordéus garantiu que vai recorrer de uma decisão “brutal”, encontrada ao fim de “uma audição de quase duas horas que decorreu em boas condições”, na presença de altos cargos do vencedor de quatro Taças de França (1940/41, 1985/86, 1986/87 e 2012/13), três Taças da Liga (2001/02, 2006/07, 2008/09) e três Supertaças (1986, 2008 e 2009).

Na audiência que especificou o plano de refinanciamento esteve presente o empresário hispano-luxemburguês Gérard Lopez, que se tornou proprietário dos gauleses em 2021, acumulando funções com o cargo de acionista maioritário da SAD do Boavista, da I Liga.

“O clube apresentou a garantia de reafetação do acionista maioritário no valor de 10 milhões de euros, um acordo com os detentores da dívida do clube, bem como ofertas de venda de alguns jogadores, cujo montante acumulado supera os objetivos fixados pela Comissão de Controlo de Clubes Profissionais”, assegurou o Bordéus, que dispõe agora de uma semana para contestar a sentença e duas para preparar uma nova audiência.

Gérard Lopez tornou-se no verão passado o terceiro dono do clube do sudoeste francês em outros tantos anos, rendendo o fundo de investimentos norte-americano King Street, que saiu quando o emblema foi colocado sob administração judicial, em abril de 2021.

O impacto da pandemia de covid-19, que se traduziu na conclusão antecipada da época 2019/20, no encerramento dos estádios ao público durante meses e na perda de receitas, condicionou a sustentabilidade dos ‘girondins’, que faziam parte da elite desde 1992/93.

A formação do defesa português Ricardo Mangas terminou a edição 2021/22 da ‘Ligue 1’ no 20.º e último lugar, com 31 pontos, cinco abaixo da zona de manutenção automática, reeditando as descidas de 1946/47, 1955/56, 1959/60 e 1990/91 ao escalão secundário.

A ‘queda’ administrativa para a ‘National 1’ perfaz o momento desportivo mais baixo do Bordéus, fundado em 1881, que, a nível europeu, conquistou uma Taça Intertoto (1995) e foi finalista vencido da Taça UEFA frente aos alemães do Bayern Munique (1995/96).

Nas suas fileiras passaram figuras como Zinédine Zidane, Jean Tigana ou Alain Giresse, além dos portugueses Chalana, Bruno Basto, Paulo Costa, Marco Caneira, Beto, Tiago Ilori, Ricardo Mangas e Pedro Pauleta, quinto melhor marcador do clube, com 91 golos.

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