O governo francês "inviabilizou" a decisão de impor ao Mónaco o regime fiscal de cobrar 75 por cento dos rendimentos anuais superiores a um milhão de euros, que equiparava os monegascos aos outros clubes da Liga de futebol.
O ministro para o orçamento, Michel Cazeneuve, convenceu os deputados a não adotarem a emenda proposta pela deputada Annick Girardin, que sugeria que os clubes fora da jurisdição francesa filiados na federação tivessem o mesmo enquadramento.
Segundo o ministro, esse ponto poderia tornar a lei inconstitucional, por abranger território exterior a França, o que poderia levar à sua total anulação.
Com o recuo ministerial, o Mónaco, que conta com os portugueses João Moutinho e Ricardo Carvalho, vai poder continuar a pagar os seus impostos apenas no principado, que aplica um regime fiscal muito inferior ao francês e dá margem ao clube para pagar salários elevados aos seus futebolistas de topo.
O imposto de 75 por cento, uma promessa eleitoral de François Hollande, provocou um conflito do mundo do futebol com o governo francês, levando a uma ameaça de greve dos clubes, a primeira desde 1972.
A paralisação chegou a estar convocada para o primeiro fim de semana de novembro, mas os clubes decidiram adiá-la para negociar com o executivo.