O treinador português José Mourinho enfrenta uma ação no tribunal de trabalho, movida pela antiga médica do Chelsea Eva Carneiro, depois de esta ter recusado um acordo no valor de 1,2 milhões de libras (1,5 milhões de euros).
Mourinho, novo treinador do Manchester United, deverá ser ouvido pelo menos um dia durante o julgamento.
A médica moveu uma ação contra o Chelsea, que a despediu, e uma outra contra José Mourinho, técnico que deixou os ‘blues’ em dezembro e na qual Carneiro alega comportamento discriminatório por parte do português.
A ação decorre no tribunal de trabalho do sul de Londres, em Croydon, e é expetável que demore de sete a dez dias.
Eva Carneiro alega ter sido alvo de discriminação sexual por José Mourinho, que a terá insultado num jogo da Liga Inglesa e quando ela entrou no campo para assistir um jogador.
Nos argumentos preliminares apresentados hoje foi feita uma explicação do insulto de José Mourinho, uma expressão que a defesa diz ser habitualmente utilizada pelo técnico e que não é valorizada.
“Filho da p… é uma frase que uso muito, todos os jogadores sabem. Não existe qualquer conotação sexista ao dizer isso”, disse o treinador, numa declaração escrita.
Em relação à verba compensatória que foi oferecida pelo clube e por Mourinho à médica, a mesma terá sido formulada apenas no “interesse de todos” em não existir uma litigância entre as partes.
Hoje Eva Carneiro compareceu no tribunal, ao contrário de Mourinho.
O incidente entre ambos remonta a agosto de 2015, quando a médica entrou, juntamente com o fisioterapeuta Jon Fearn, em campo para assistir o médio Eden Hazard, deixando irritado o treinador, num jogo em que o Chelsea empatou.
A situação levou a que perto do final, quando a médica entrou, o clube ficasse reduzido a nove jogadores.
Na ocasião Mourinho disse que tanto Carneiro como Fearn tinham sido “ingénuos e impulsos” e incapazes de entenderem a situação de jogo.
Pouco depois a médica deixou de acompanhar a equipa e mais tarde deixou o clube.
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