O secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, desdramatizou esta quinta-feira as manifestações no Brasil, garantindo que não pedirá ao governo um reforço da segurança para o Mundial de futebol de 2014.

Valcke sustentou que «a maioria» das manifestações que tem ocorrido no Brasil «são pacíficas», recordando que os protestos de junho passado não afetaram a organização da Taça das Confederações.

«Potencialmente, podem ocorrer manifestações durante o Mundial, e a uma escala diferente do que aquando da Taça das Confederações. Estamos a trabalhar para que não afete os jogadores nem os adeptos», comentou, numa conferência de imprensa após quatro dias de visita ao Brasil.

O dirigente da FIFA lembrou que a responsabilidade pela segurança nas ruas é do governo brasileiro, reiterando que não fará apelo a qualquer dispositivo especial.

O ex-futebolista brasileiro Ronaldo, que é membro do Comité Organizador do Mundial, alegou que os brasileiros recebem bem os turistas, apesar de protestarem nas ruas em defesa de melhorias nos serviços sociais, o que considerou legítimo.

«Os brasileiros têm a tradição de receber bem os turistas, que não têm nada a ver com as manifestações. Em causa estão [a defesa de melhorias] na saúde, educação e segurança», argumentou.

Para ilustrar a dimensão do problema de segurança pública no Brasil, Ronaldo revelou que gasta 1,5 milhões de reais (cerca de 500 mil euros) por ano na sua segurança privada.

Na conferência de imprensa, a FIFA confirmou que no Mundial2014 utilizará a tecnologia de linha de golo da companhia GoalControl, porque foi utilizada «com êxito» na Taça das Confederações.