A seleção portuguesa de futebol defronta na terça-feira a Suécia, num jogo da segunda mão do "play-off" de qualificação para o Mundial2014 em que procura rentabilizar a magra, mas preciosa, vantagem de um golo alcançada em Lisboa.
O tento marcado aos 82 minutos pelo "capitão" Cristiano Ronaldo, o 44.º do avançado com a camisola das “quinas”, deverá fazer toda a diferença na estratégia a adotar pelo selecionador Paulo Bento para o encontro do Estádio Friends Arena, em Solna, com início às 19:45 horas e arbitragem do inglês Howard Webb.
Ronaldo, segundo melhor marcador da história da equipa lusa, a três remates certeiros do recordista Pauleta (47 golos), poderia ter proporcionado uma viagem ainda mais tranquila à Suécia, mas o remate de cabeça do jogador do Real Madrid acertou na baliza sueca, quatro minutos após ter inaugurado o marcador.
O facto de não ter sofrido golos em casa é uma mais-valia não negligenciável neste tipo de eliminatórias, pois qualquer tento concretizado em Solna terá valor reforçado e deixará a Suécia na obrigação de marcar por três vezes, ainda que o ataque seja, claramente, o setor mais forte dos nórdicos.
Os sete golos marcados em dois jogos à poderosa Alemanha - frente à qual, apesar de tudo, sofreu nove -, na fase de grupos, constituem um aviso para a equipa lusa e em matéria de "recuperações impossíveis" basta lembrar o empate 4-4 em Berlim, num jogo em que os escandinavos chegaram aos 60 minutos a perder por 4-0.
No entanto, se o jogo da primeira mão, realizado na sexta-feira no Estádio da Luz, pôs a nu uma evidência foi a diferença de qualidade entre as duas equipas, pois a Suécia, à exceção da primeira meia hora, praticamente resumiu a sua ação ao interior do meio campo defensivo e à tentativa de adiar o mais possível o golo português.
No fim do encontro, o "claro favoritismo" atribuído a Portugal pelo selecionador sueco, Erik Hamrén, pareceu mais sincero do que nunca, mas na próxima terça-feira, apoiados por 50.000 adeptos e com temperaturas negativas ou muito perto disso, os escandinavos prometem ter uma atitude bem diferente.
O avançado Zlatan Ibrahimovic pode, finalmente, mostrar a razão pela qual o "play-off" tem sido reduzido ao duelo individual com Ronaldo, algo que em Lisboa só justificou num raro momento, com uma simulação para remate de Sebastian Larsson, que obrigou Rui Patrício à sua defesa mais difícil.
Ao contrário do que sucede nos jogos em casa, onde venceu uma única vez os nórdicos, em oito confrontos, precisamente na sexta-feira, as deslocações à Suécia tem-se revelado mais favoráveis para Portugal, que se impôs em três jogos, empatou outros tantos e perdeu apenas dois.
Além disso, o balanço sempre que os dois países se encontraram em fases de qualificação também é favorável à seleção nacional, que seguiu para as fases finais dos Mundiais de 1986 e 2010, tendo ambas ficado pelo caminho nas campanhas de apuramento para os Europeus de 1968 e 1988 e o Campeonato do Mundo de 1982.
Hamrén lamentou a falta de experiência da Suécia neste tipo de confrontos, algo que Portugal tem de sobra, pois conquistou a qualificação para as duas últimas grandes competições pela via dos "play-offs", para o Mundial de 2010 e o Europeu de 2012, em ambos os casos frente à Bósnia-Herzegovina.
As semelhanças com a caminhada para o Campeonato do Mundo realizado na África do Sul são animadoras: sob o comando técnico de Carlos Queiroz, a equipa das “quinas” também se impôs por 1-0 na primeira mão, no Estádio da Luz, com um golo do defesa Bruno Alves, repetindo o triunfo pela mesma margem em Zenica.