
Não haverá qualquer árbitro português nem espanhol no Mundial de Clubes de futebol que arranca nas primeiras horas (hora de Portugal continental) do dia 15, nos EUA. A FIFA escolheu 117 árbitros de 41 países, mas nenhum deles é da Península Ibérica.
A ausência de árbitros portugueses já era mais ou menos expetável, uma vez que a arbitragem portuguesa não tem estado nos principais jogos europeus. João Pinheiro, que está a um ano na elite da UEFA, é o árbitro que mais vezes foi nomeado pelo organismo que rege o futebol europeu, mas nunca para os jogos mais mediáticos.
Duarte Gomes, antigo árbitro internacional, diz que a ausência de juízes lusos no Mundial de Clubes pode estar relacionada com a eleição falhada de Pedro Proença para o Comité Executivo da UEFA. Portugal ficou sem qualquer nome nas altas esferas do futebol mundial.
"Se um país está representado por alguém nalgum círculo com peso importante nas escolhas, obviamente que, até de forma inconsciente, pelo trato pessoal, há depois tendência para que os seus pares possam apoiar indicações e situações que beneficiem o seu colega", disse o antigo árbitro à Rádio Renascença. .
"Deve servir de reflexão e deve dar-nos algum pensamento crítico, no sentido de percebermos onde é que, naquilo que nos diz respeito, estamos a falhar, o que é que não estamos a fazer bem, o que é que podemos melhorar para ambicionar termos árbitros ao mais alto nível", concluiu o antigo árbitro internacional à Renascença.
Em conformidade com as alterações aprovadas em março pelo International Board (IFAB), organismo regulador das regras do futebol, os árbitros vão punir o desperdício de tempo, ao assinalarem pontapé de canto, após uma contagem regressiva visual de cinco segundos, se os guarda-redes mantiverem a bola nas mãos por mais de oito segundos.
Os ‘juízes’ vão ainda estar equipados com câmaras corporais de caráter experimental, de forma a que a FIFA identifique possíveis usos futuros e desenvolva padrões de qualidade e segurança, com as imagens a serem disponibilizadas em tempo real aos adeptos através da emissora global da prova.
A prova terá 35 árbitros principais e 58 assistentes, com 24 a exercerem as funções de videoárbitro (VAR). A Europa é o continente mais representado a nível de árbitros principais, com 11 nomes, incluindo os franceses Clément Turpin e François Letexier, os ingleses Anthony Taylor e Michael Oliver, o alemão Felix Zwayer, o esloveno Slavko Vincić, o neerlandês Danny Makkelie, o norueguês Espen Eskas, o polaco Szymon Marciniak, o romeno István Kovács e o sueco Glenn Nyberg,
No video-árbitro (VAR) também manda a Europa, com oito representantes.
A única mulher escolhida pelo painel da FIFA é a norte-americana Tori Penso, que faz parte do lote principal de juízes desta primeira edição alargada do Mundial de clubes, após ter feito seminários com representantes oriundos das seis confederações e portadores das insígnias do organismo.
Lista dos 35 árbitros principais nomeados:
- Europa (11): Espen Eskas (Noruega), István Kovács (Roménia), François Letexier (França), Danny Makkelie (Países Baixos), Szymon Marciniak (Polónia), Glenn Nyberg (Suécia), Michael Oliver (Inglaterra), Anthony Taylor (Inglaterra), Clément Turpin (França), Slavko Vincić (Eslovénia) e Felix Zwayer (Alemanha).
- América do Sul (8): Ramon Abatti (Brasil), Juan Gabriel Benítez (Paraguai), Yael Falcón Pérez (Argentina), Cristián Garay (Chile), Wilton Sampaio (Brasil), Gustavo Tejera (Uruguai), Facundo Tello (Argentina) e Jesús Valenzuela (Venezuela).
- Ásia (5): Omar Al Ali (Emirados Árabes Unidos), Alireza Faghani (Irão), Salman Falahi (Qatar), Ma Ning (China) e Ilgiz Tantashev (Uzbequistão).
- África (5): Beida Dahane (Mauritânia), Mustapha Ghorbal (Argélia), Mutaz Ibrahim (Líbia), Jean Jacques Ndala (RD Congo) e Issa Sy (Senegal).
- América do Norte, Central e Caraíbas (5): Iván Barton (El Salvador), Drew Fischer (Canadá), Saíd Martínez (Honduras), Tori Penso (Estados Unidos) e César Ramos (México).
- Oceania (1): Campbell-Kirk Kawana-Waugh (Nova Zelândia).
*Com Lusa
Comentários