Paulo Fonseca lamenta que Portugal não tenha conseguido o apuramento direto para o Mundial2022. Em entrevista ao jornal italiano 'La Repubblica', o treinador português deixou rasgados elogios a Itália, seleção que poderá defrontar Portugal no play-off de acesso ao Mundial2022.
"Fernando Santos fez um grande trabalho, estamos-lhe todos gratos por ter ganho o Euro'2016. Mas Portugal, em alguns momentos, não era uma equipa, não lutaram unidos. O que nos faltava era o coletivo, o que fez de Itália a equipa mais forte da Europa. O que vi ao trabalhar em Itália foi a mentalidade dos jogadores italianos. É a mesma mentalidade com que ganhou o Campeonato da Europa: podia vê-lo a partir das qualificações, disse aos meus amigos que a Itália estava entre os favoritos. E desde os primeiros jogos estava convencido de que iria ganhar", recordou o ex-treinador da AS Roma.
Paulo Fonseca recusa a ideia de que Portugal está muito dependente de Cristiano Ronaldo, recordando que os lusos têm grandes jogadores a atuar nas melhores equipas do Mundo.
"Não podemos esquecer que Cristiano Ronaldo tem 36 anos de idade. Ele é o melhor marcador da história, criou os jovens com quem jogou. Mas hoje Portugal não é apenas Ronaldo. É um grande finalizador, mas não tem o mesmo poder de explosão, a mesma força no um contra um. Ele é um grande jogador, mas agora há uma geração de jogadores fortes que jogam nos melhores clubes da Europa", atirou.
Na entrevista, Paulo Fonseca confessou que "esperava que tanto Itália como Portugal fossem ao Campeonato do Mundo" sem precisar dos play-offs, pelo talento que existe nas duas seleções.
"A Itália também tem um nível técnico muito elevado. Veja-se Barella: eu teria gostado de o ter em Roma, até falei com ele algumas vezes ao telefone para tentar convencê-lo. Mancini foi capaz de construir um grande coletivo além desta qualidade, algo que não acontece facilmente. Outros têm grande talento, mas não são uma equipa", analisou.
Livre após deixar a AS Roma no último verão, o antigo treinador do FC Porto, SC Braga, Paços de Ferreira e Shakhtr Donetsk está a espera do projeto certo para recomeçar a trabalhar.
"Quero abraçar um novo projeto, mas uma equipa que acredite nas minhas ideias. Sou livre, mas isso não significa que tenha de aceitar todas as ofertas, pelo contrário. Falou-se de algumas equipas, algumas eram verdadeiras, outras apenas rumores. Friamente, gosto mais da ideia de treinar um clube, mas se o projeto de uma seleção for sério, não excluo nada", garantiu.
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