A bicampeã Argentina manteve hoje o pleno de sucessos em meias-finais do Mundial de futebol, ao eliminar a Croácia rumo à final da edição de 2022, para repetir 1930, 1986, 1990 e 2014.

Os sul-americanos, que também chegaram à final em 1978, rumo ao primeiro título, mas numa edição sem ‘meias’, garantiram hoje a sexta final com um golo de Lionel Messi (34 minutos, de penálti) e dois de Julián Álvarez (39 e 69).

Nas restantes, a Argentina tinha conseguido dois apuramentos nos 90 minutos, em 1930 e 1986, e outros tantos no desempate por pontapés da marca da grande penalidade, em 1990 e 2014.

A primeira vez que os argentinos chegaram às meias-finais aconteceu logo na edição inaugural do campeonato do Mundo e os sul-americanos foram arrasadores, ao baterem os Estados Unidos por 6-1, o mesmo resultado do Uruguai-Jugoslávia.

Em Montevideu, em 26 de julho, Luis Monti, aos 20 minutos, Alejandro Scopelli, aos 56, Guillermo Stábile, aos 69 e 87, e Carlos Peucelle, aos 80 e 85, selaram o triunfo da Argentina, enquanto James Brown marcou, aos 89, o tento norte-americano.

Os argentinos só voltaram à final em 1978, numa edição que acolheram, e, desta vez, não disputaram meias-finais, que a prova não contemplava: depois de uma primeira fase de grupos, disputou-se uma segunda, com dois grupos de quatro, que apurava o vencedor da cada diretamente para a final.

Assim, a segunda meia-final com a Argentina data apenas de 1986 e foi, no México, num jogo marcado pela ‘genialidade’ de Maradona, que decidiu o jogo com a Bélgica com um ‘bis’, selado com duas grandes jogadas, para bater Jean-Marie Pfaff, ao 51 e 63 minutos.

Foram os dois últimos tentos de ‘El pibe’ na prova, e aconteceram apenas três dias depois de outro ‘bis’, à Inglaterra: a célebre ‘mão de Deus’ e o melhor golo da história dos Mundiais, conseguido após driblar ingleses desde o seu meio-campo.

Na edição seguinte, Maradona voltou a conseguir conduzir a Argentina até às meias-finais, para um jogo inesquecível em Nápoles, que era a sua casa, face à anfitriã Itália. Nenhum napolitano ‘ousou’ assobiar ‘D10S’.

Os transalpinos adiantaram-se por Salvatore Schilaci, mas Cláudio Caniggia, que viria a jogar no Benfica, restabeleceu a igualdade e atirou o jogo para prolongamento, que nada decidiu, pelo que tudo se revolveu nos penáltis.

No desempate, cada uma das seleções marcou os seus primeiros três pontapés, mas, depois, Sergio Goycoechea parou Donadoni e Serena e, pelo meio, Maradona marcou o seu, pelo que a Argentina acabou por triunfar por 4-3.

Catorze anos volvidos, foi de novo a ‘lotaria’ dos penáltis a qualificar a Argentina, desta vez numa meia-final com os Países Baixos, seleção que, desta vez, os sul-americanos bateram da mesma forma, mas nos quartos de final.

Como em 1990, os ‘albi-celestes’ estiveram perfeitos na marcação dos penáltis, com Messi, o benfiquista Garay, Agüero e Maxi Rodríguez a faturem, este último o 4-2 final, enquanto Vlaar e Sneijder ‘esbarraram’ em Sergio Romero.

Depois de duas ‘meias’ dramáticas, a Argentina ‘passeou’ hoje face à Croácia, que bateu por 3-0, num embate em que Lionel Messi esteve em ‘grande’, com participação nos três golos, incluindo um lance de ‘génio’, no terceiro.

Messi, no jogo 25 em Mundiais, para igualar o recorde do alemão Lothar Matthäus, inaugurou o marcador, aos 34 minutos, de grande penalidade, enquanto Julián Álvarez apontou os outros dois, aos 39 e 69, depois de ter sofrido o penálti que originou o primeiro.