O Mundial 2022 ainda nem sequer começou e já há muitas polémicas a marcar a competição que vai ter lugar no Qatar a partir do próximo dia 20 de novembro.

Depois de se falar em tragédias na construção dos estádios, com a morte de muitos trabalhadores, ou do conflito entre os interesses da FIFA, a política do Qatar e os Direitos Humanos no que confere, nomeadamente, à questão da homossexualidade, foi a vez de chegar-se à frente Joseph Blatter.

O antigo presidente da FIFA reconheceu o erro ao escolher o Qatar como palco para esta edição atípica do Campeonato do Mundo e mostrou-se arrependido:

"Foi uma escolha errada e eu era responsável por isso, como presidente da FIFA, na altura", confessou à agência suíça 'Tamedia'.

Blatter revelou ainda que o plano inicial passaria por atribuir a competição aos Estados Unidos, algo que poderia ser visto como um "gesto de paz" numa altura em que há um crescente conflito com a Rússia (país organizador do Mundial 2018 e que invadiu a Ucrânia).

O antigo dirigente recordou, uma vez mais, uma reunião na semana anterior à votação entre o presidente da UEFA e vice-presidente da FIFA, Michel Platini, na residência oficial do então presidente Sarkozy, em que estava também presente o príncipe herdeiro do Qatar, agora emir, Tamim bin Hamad al-Thani.

Blatter repetiu que Sarkozy pressionou Platini, e novamente deu a sua versão de um telefonema que o antigo internacional francês lhe fez, após a reunião em Paris, dando conta de que o plano de votação para o Mundial tinha mudado.

“Graças aos quatro votos de Platini e da sua equipa [UEFA], o Mundial de 2022 foi para o Qatar e não para os Estados Unidos. É a verdade”, disse Joseph Blatter sobre o resultado da votação de 14 a 8.

Nas suas criticas à escolha do Qatar, o antigo dirigente desportivo suíço nunca se referiu especificamente às questões laborais e de direitos humanos no emirado, levantadas desde 2010 por diferentes organizações.