A Brazuca vai ser uma das grandes figuras do Mundial2014 de futebol e é a primeira bola batizada numa votação pública, sucedendo à polémica Jabulani, que rebolou nos relvados da África do Sul, em 2010.
Numa votação popular realizada no Brasil, o nome Brazuca foi eleito por uma esmagadora maioria, recebendo 77,8 por cento dos votos, contra os 14,6 para a denominação Bossa Nova e 7,6 para Carnavalesca.
Depois das críticas em relação à Jabulani, que foi apresentada como a bola mais redonda de sempre, mas cujas trajetórias foram reprovadas pelos jogadores, a Adidas, marca oficial do Mundial, não se poupou a esforços para fazer uma bola mais perfeita.
A bola foi testada ao longo de mais de dois anos e meio, passando, de acordo com a FIFA, pelos pés de mais de 600 jogadores, tendo ainda sido utilizada, embora com outro nome, no Mundial de sub-20 de 2013.
A Brazuca pesa 437 gramas, sendo um pouco mais leve do que a Jabulani, e tem 69 centímetros de circunferência.
Embora no interior tenha sido utilizada a mesma tecnologia da Tango 12 (Euro2012) e da Cafusa (Taça das Confederações e Liga dos Campeões), a bola do Mundial2014 tem uma novidade no exterior, pois é feita com apenas seis painéis (menos dois do que a usada na África do Sul), que, segundo os engenheiros da marca, têm a fórmula perfeita para uma bola de futebol.
Ao nível do desenho, a Brazuca inspira-se nas fitas da sorte do Senhor do Bonfim da Bahia, simbolizando a paixão e alegria dos brasileiros pelo futebol, e tem as cores vivas do Brasil, assim como o céu estrelado.
A bola que vai ser estrela nos relvados dos 12 estádios do Mundial do Brasil está bem longe do esférico de couro usado em 1930, no primeiro Mundial, disputado no Uruguai.
Tanto no Uruguai, como nos dois mundiais seguintes, a bola era feita em couro, com uma abertura para a entrada da câmara de ar, que, depois, era cozida com corda, que a tornava muito dolorosa para os futebolistas, em especial na hora de cabecear.
A Superball, bola do Mundial de 1950, o último no Brasil, já tinha costuras internas, mas o couro continuava a ser muito pesado, sobretudo quando chovia, tendo, quatro anos depois, a Suíça apresentado a única bola amarela da história da prova.
Depois de o Brasil se ter sagrado campeão do Mundo no regresso às bolas castanhas, em 1958 e 1962, a Inglaterra apresentou uma bola laranja para a final do Mundial de 1966.
O ano de 1970 marcou o início do monopólio da Adidas, que apresentou no México a Telstar, para o primeiro mundial com transmissão via satélite, ganho pelo Brasil.
A Telstar, que com algumas alterações também foi utilizada em 1974, na Alemanha, tinha uma característica única, os 32 painéis cosidos à mão, que a tornavam na mais esférica bola construída até ali, além de ser a primeira bola branca decorada com pentágonos pretos.
Em 1978, na Argentina, iniciou-se a era Tango, cuja imagem durou até ao França98, com 20 "triângulos" desenhados e interligados entre si, um desenho inovador que criava a ilusão de a bola ter 12 círculos idênticos.
Apesar de ter o mesmo desenho, a Azteca, do Mundial de 1986, no México, foi a primeira bola produzida com materiais sintéticos.
Em 1994, nos Estados Unidos, a Questra tornou-se a primeira bola de alta tecnologia, por ter uma camada de polietileno branco, dando um toque mais suave e mais confortável.
A Tricolore, com que a França se sagrou em casa campeã do Mundo em 1998, foi a primeira bola oficial de um mundial multicolorida, apresentando uma camada inovadora de isopor (espécie de espuma), uma densa, uniforme e resistente matriz de micro-bolas, preenchidas com gás e com vedamento individual.
Na Coreia do Sul e no Japão, terminou o reinado do “design” Tango, com a Fevernova a apresentar uma lâmina, de nome shuriken, no centro da bola, com chamas vermelhas, que simbolizava a energia e o esforço dos dois países asiáticos para organizar o Mundial de 2002.
Em 2006, a Teamgeist rolou nos relvados da Alemanha, revolucionando a formato das bolas, pois não tinha qualquer costura visível e apresentava uma redução para apenas 14 peças, ao contrário das 26 ou 32 das bolas anteriores.
Seguiu-se a polémica Jabulani, que agora deixou o tapete verde para a Brazuca.
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