O presidente da Liga espanhola de futebol, Javier Tebas, disse hoje que a candidatura sul-americana à organização do Mundial2030 de futebol pode tirar dividendos da polémica com o ex-presidente da Federação, Luís Rubiales.

“Fui ao Uruguai e Argentina, que querem organizar o Mundial, tal como a Espanha [em conjunto com Portugal e Marrocos]. Acreditam que o que se passou os pode favorecer nessa eleição, mais não posso dizer”, comentou Javier Tebas.

O dirigente admitiu não ter o papel de defender a reputação do futebol espanhol, mas disse que existe um trabalho conjunto para se garantir que o que se passou não se repita, depois dos acontecimentos das últimas semanas.

Em causa está o comportamento de Luís Rubiales, que, entretanto, se demitiu do cargo de presidente da Real Federação Espanhola de futebol (RFEF), depois de enfrentar várias acusações e processos, internos e externos, após o comportamento impróprio na final do Mundial feminino, em que beijou, sem consentimento, uma jogadora, além de, na tribuna de honra, ter agarrado os próprios genitais.

“Não basta que se peça perdão, temos de trabalhar para que não exista o risco de que se volte a repetir”, referiu Javier Tebas.

O dirigente máximo da Liga comparou ainda o impacto negativo de toda a situação aos atentados de 11 de março de 2004 em Madrid, designados de 11-M, e que mataram quase duas centenas de pessoas e feriram mais de 2.000.

“Acompanhámos o seguimento que foi dado [na Argentina e no Uruguai] pela imprensa, e o dano foi enorme. Nos meios digitais foi a notícia de Espanha com maior impacto da história, maior até do que o 11-M e outras coisas passadas em Espanha. Isso preocupou-me”, acrescentou o presidente de La Liga.

A reação de Tebas, que garantiu não querer ter o controlo federativo e que devem ser as associações a definir o futuro na federação, surge um dia depois de Luís Rubiales renunciar ao cargo e quando já se encontrava suspenso.