Antes do arranque do encontro entre a Alemanha e o Japão, os jogadores germânicos na foto de grupo colocaram a mão à frente da boca. Isto como se estivessem a ser silenciados, numa forma de protesto depois da FIFA ter proibido do uso da braçadeira 'One Love'. Para além disso colocaram o símbolo do arco íris nas botas.

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Neuer, recorde-se, utilizou a dita braçadeira dentro do equipamento. Pouco depois do protesto, a Federação Alemã de Futebol publicou a seguinte mensagem no Twitter: "Queríamos usar nossa braçadeira de capitão para defender os valores que defendemos na seleção alemã: diversidade e respeito mútuo. Juntamente com outras nações, queríamos que nossa voz fosse ouvida."

"Não se tratava de fazer uma declaração política – os direitos humanos não são negociáveis. Isso deveria ser dado como certo, mas ainda não é o caso. Por isso esta mensagem é tão importante para nós. Tirarem-nos a braçadeira é o mesmo que nos tirarem a voz. Mantemos a nossa posição", pode ler-se.

Os jogadores da seleção alemã de futebol taparam hoje a boca com as mãos na fotografia que tiraram antes do jogo do com Japão, na estreia no Mundial2022, numa alegada ação de protesto contra a FIFA.

Os 11 futebolistas escolhidos para alinhar de início perfilaram-se junto aos fotógrafos para a habitual fotografia antes do início da partida, mas com a particularidade de todos taparem a boca.

Sete seleções europeias, entre quais a da Alemanha, pretendiam utilizar no Mundial2022 uma braçadeira de capitão com a inscrição ‘One Love’ (um amor), em alusão à igualdade, mas a FIFA proibiu essa utilização, ameaçando com sanções.

Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça dispensaram, então, os seus ‘capitães’ do uso da braçadeira, face à possibilidade de serem penalizados, mas referiram estar “frustrados” com a inflexibilidade demonstrada pela FIFA.

A federação alemã de futebol, bem como o governo do país, foram alguns dos que criticaram a decisão da FIFA de impedir a utilização das braçadeiras.

O organismo que rege o futebol mundial decidiu, então, adiantar a campanha “Não à discriminação”, prevista inicialmente para a partir dos quartos de final do Mundial2022, a fim de permitir que os 32 capitães das seleções possam usar essa braçadeira durante o torneio.

Desde que foi escolhido para organizar o Mundial2022 de futebol, que se iniciou no domingo e decorrerá até 18 de dezembro, o Qatar tem sido alvo de várias críticas, nomeadamente no que diz respeito às suas posições em matéria de direitos humanos, das questões LGBTQ+ e de abuso sobre os trabalhadores migrantes.

Perante este contexto, algumas federações uniram-se em setembro na vontade de se expressarem com a iniciativa ‘One Love’, defensora de igualdade, em que eram apologistas do uso simbólico de uma braçadeira com a inscrição e as cores do arco-íris.

O Qatar, o primeiro país do Médio Oriente a organizar um campeonato do Mundo de futebol, garantiu que todos os adeptos são bem-vindos, sem discriminação, porém a lei do país criminaliza a homossexualidade.

O SAPO está a acompanhar o Mundial mas não esquece as vidas perdidas no Qatar. Apoiamos a campanha da Amnistia Internacional e do MEO pelos direitos humanos. Junte-se também a esta causa.