Passadeiras e gradeamentos pintados, passeios arranjados, canteiros mais cuidados e a azáfama dos funcionários que fazem as alterações necessárias nos dois estádios onde a equipa das quinas vai treinar. Até ao final da última semana, esse foi o único indício da chegada dos eleitos de Carlos Queiroz.
Essas intervenções de que a cidade está a ser objecto têm sido motivo de gracejo, inclusive nas redes sociais, onde há grupos alusivos ao acolhimento da selecção. Um deles chamado “Eu vi a Covilhã ser arranjada graças à passagem da selecção”, o que reúne mais membros no Facebook.
Este sábado a cidade acordou decorada com motivos alusivos à presença dos representantes de Portugal no Mundial de Futebol da África do Sul. Estrelas, mascote da cidade, vestidas com as cores da bandeira nacional foram espalhadas por várias rotundas da Covilhã. Há também bolas gigantes na Praça do Município e mensagens de boas vindas por parte da Câmara Municipal.
A montra da loja de roupa de Maria João Diniz, na principal artéria comercial da cidade, foi a primeira a ser ornamentada de verde, amarelo e vermelho, há duas semanas. “O retorno é uma incógnita, mas temos de semear para colher”, sublinha. Satisfeita com a visibilidade que a Covilhã terá nas próximas semanas, só lamenta que os outros estabelecimentos não se tenham mobilizado há mais tempo na decoração das lojas, para transmitir apoio aos jogadores.
Na mesma rua, Francisco Gabinete acaba de descer de um escadote que usou para fixar duas bandeiras à porta da sapataria. O vidro da montra só segunda-feira ficará pronto, quando os autocolantes encomendados chegarem. “Os portugueses são mesmo assim, guardam-se sempre para a última, mas não tenho dúvidas que a comunidade se vai empenhar ao máximo para mostrar que está com a selecção”, frisa.
Mário Monteiro, proprietário de uma perfumaria, já tem na loja o tapete verde para pôr na montra, com uma bola em cima. Cristina Serra, descontente com a apatia dos estabelecimentos comerciais vizinhos, começou por iniciativa própria a distribuir bandeiras. Com a sua loja de roupa totalmente engalanada, com modelos feitos pela própria em tons de verde, vermelho e amarelo, a estilista vê a presença da selecção como uma “oportunidade”.
“A Covilhã vai ser falada mais do que nunca, conto com a afluência de muita gente, nós temos de nos mostrar, de provocar impacto. Os comerciantes têm de ter inteligência para conseguirem ganhar algum dinheiro”, sublinha.
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