Oliver Bierhoff, ex-internacional alemão e atual diretor desportivo da seleção germânica, falou esta sexta-feira ao jornal Die Welt sobre a passagem da Alemanha no Mundial da Rússia e abordou a polémica que envolveu o jogador Mesut Ozil.
"Até agora nunca tivemos de forçar nenhum jogador da seleção a fazer nada, mas tentamos sempre convencê-los a fazer algo. Desta vez não tivemos sucesso nisso com o Mesut e se calhar devíamos ter pensado em jogar sem ele [no Mundial]", afirmou Bierhoff.
As declarações do diretor desportivo da Mannschaft vem no seguimento de uma fotografia que Mesut Ozil e Ilkay Gundogan tiraram com o presidente turco, Recep Erdogan. A imagem foi mais tarde usada por Erdogan na sua campanha eleitoral.
Na altura, os dois jogadores de origem turca foram acusados de se deixarem manipular por Erdogan e a Federação Alemã de Fubebol (DFB) acabou mesmo por reagir em comunicado ao acontecimento. "O futebol e a Federação Alemã de Futebol (DFB) defendem valores que não são totalmente tidos em conta por Erdogan. É por isso que não é bom para os nossos jogadores internacionais deixar-se ser manipulados para a sua campanha (...) Ao fazer isso, os nossos atletas certamente não ajudam ao trabalho de integração da DFB", pode ler-se na conta de Twitter de Reinhard Grindel, presidente da DFB.
A polémica
Ilkay Gundogam respondeu às críticas ao dizer que não tinha intenção de gerar um problema político com a fotografia, no entanto, Ozil nunca chegou a falar do assunto, o que criou algum mal-estar em torno do jogador do Arsenal.
"Nós exigimos aos jogadores que sigam o seu próprio caminho, que façam as suas próprias declarações. Queremos declarações abertas e honestas, declarações não ajustadas ou atenuadas. Mas o facto é que Mesut, por razões óbvias e específicas, não poderia ter dito o que lhe foi exigido", acrescentou Bierhoff.
As ligações entre a União Europeia e a Túrquia agravaram-se há dois anos, depois de Recep Erdogan ter alegadamente punido supostos apoiantes de um golpe militar em julho de 2016.
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