Campeonato do Mundo terminou. Após anunciarmos o Jogador do Mundial, o belga Eden Hazard, chegou a hora de saber quem acompanha o craque do Chelsea no “onze” que melhor conta de si deu durante este último mês na Rússia, em termos de desempenho individual puro, numa avaliação com base nos GoalPoint Ratings.
Quem nos segue atentamente e olha para este nosso “onze” final, notou que, já nos quartos-de-final, se começava a desenhar esta configuração. Nada menos que seis jogadores presentes no “onze” dessa fase da prova regressam à equipa final, num conjunto dominado, curiosamente, pela selecção que terminou no quarto posto, a Inglaterra, com quatro elementos. A campeã França e a terceira classificada Bélgica surgem aqui com três contribuições cada, com os belgas a emprestarem o melhor jogador do torneio. A Croácia tem como representante a sua grande estrela, Luka Modric.
- Thibaut Courtois (Bélgica) 5.95 – A tal defesa a remate de Neymar nos quartos-de-final resume o Mundial de Courtois, que defendeu 55,6% dos remates aos ângulos da sua baliza. O guarda-redes travou ainda 81,8% dos disparos enquadrados que enfrentou neste Mundial, o máximo entre os guardiões dentro do critério dos 480 minutos. No total registou 3,9 defesas a cada 90 minutos.
- Kieran Trippier (Inglaterra) 6.92 – O segundo melhor jogador deste Mundial, segundo os nossos ratings. O inglês surpreendeu tudo e todos pela sua qualidade e adaptação ao sistema de 5-3-2 apresentado pela Inglaterra. O lateral foi o jogador que realizou mais passes para finalização, nada menos que 24 – mais um que Neymar e Kevin De Bruyne – e o segundo lateral com mais desarmes por 90 minutos, cerca de 2,4, apenas atrás do francês Lucas Hernández. E ainda se tornou no único inglês a marcar um golo de livre directo num Mundial, desde que Beckham o conseguiu em 2006.
- Raphaël Varane (França) 5.87 – A consistência defensiva da França passou muito pelos seus centrais e, nesse capítulo, Varane esteve em grande plano. Para além do golo que marcou ao Uruguai, o jogador do Real Madrid destacou-se nos duelos aéreos defensivos, ganhando 76% destas acções, algo relevante tendo em conta que participou em 4,1 por jogo. E não teve problemas em recorrer ao alívio, com um registo final de 6,3.
- John Stones (Inglaterra) 6.18 – O esquema defensivo inglês com cinco elementos foi um dos pilares da caminhada da equipa rumo às meias-finais. O bis ante o Panamá foi um dos pontos altos da participação de Stones, tal como os 97% de eficácia de passe no seu próprio meio-campo. Mas foi nos duelos aéreos defensivos que o jogador do Manchester City não deu grandes hipóteses, com 90% ganhos, acima de qualquer outro central.
- Harry Maguire (Inglaterra) 5.86 – Um dos seus parceiros na defesa foi Harry Maguire, central que fechava do lado esquerdo sempre que Ashley Young subia pelo seu corredor. Também Maguire marcou um golo, e registou uma assistência, mostrando grande apetência nos duelos aéreos defensivos (81% ganhos).
- Luka Modric (Croácia) 6.23 – O melhor jogador do Mundial para a FIFA. O médio realizou uma prova quase imaculada, sendo o organizador de todo o jogo croata, mas também um esteio a defender – foi o quarto jogador de campo com mais recuperações de posse, 7,3 por cada 90 minutos, atrás apenas de Kante, Pogba e Brosovic. No final registou dois golos, uma assistência, 2,4 passes para finalização e um repertório futebolístico ao alcance de poucos. Por vezes não é preciso grande físico, basta classe.
- Kevin De Bruyne (Bélgica) 6.41 – A Bélgica foi Hazard, mas também De Bruyne. O médio realizou um Mundial de grande nível, numa demonstração de inteligência, visão e antecipação dos movimentos dos adversários e dos colegas verdadeiramente impressionante. A prestação ante o Brasil terá sido o seu ponto alto, mas no final registou dois golos, uma assistência e 2,4 passes para finalização a cada 90 minutos, num total de 23, os mesmos que Neymar, apenas menos um que Trippier.
- Kylian Mbappé (França) 6.51 – O melhor jogador de França. Mbappé tornou-se apenas no segundo jogador da História a marcar numa final de um Mundial antes de completar 20 anos, o ponto alto de uma campanha notável do avançado do PSG. Em sete jogos, o jovem fez quatro golos, registou 1,5 passes para finalização a cada 90 minutos, tentou 10,3 vezes o drible (o máximo dos jogadores em equação) e teve sucesso em 53% dessas situações. O futuro é dele.
- Eden Hazard (Bélgica) 7.44 – O melhor jogador do Rússia 2018 para o rating GoalPoint. O extremo tentou o drible em 9,4 ocasiões a cada 90 minutos, tendo sucesso em 7,0, o valor absoluto máximo. Confira o artigo que lhe dedicámos e conheça os pormenores de uma participação em cheio.
- Antoine Griezmann (França) 6.42 – A França teve Mbappé, mas também Griezmann. E não teve pouco, com quatro golos e duas assistências. O jogador do Atlético de Madrid foi muito importante na forma como ocupou os espaços em zonas do terreno teoricamente menos propensas a um ponta-de-lança, apesar da sua mobilidade. Mas também no modo como segurou a bola para que a equipa tivesse tempo de subir em apoio do ataque. Tacticamente foi fundamental.
- Harry Kane (Inglaterra) 6.35 – O melhor marcador do torneio, embora tenha estado mais apagado nas fases mais adiantadas da prova. Com 60% de remates enquadrados dentro da área e 100% das ocasiões flagrantes convertidas, Kane foi uma ameaça constante para as defesas contrárias, em especial pelo ar, onde ganhou 56% dos duelos ofensivos. Seis golos em outros tantos jogos é um número do qual se pode orgulhar.
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