A FIFA e a Confederação Sindical Internacional apelaram hoje à introdução «rápida, consistente e sustentada de condições de trabalho justas» no Qatar, onde já decorrem obras relacionadas com o Mundial de futebol de 2022.
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, reuniu-se hoje em Zurique com o presidente da Confederação Sindical Internacional e também presidente da Confederação de Sindicatos Alemães, Michael Sommer, tendo classificado como «inaceitável» a situação laboral naquele país do Médio Oriente.
«Os líderes económicos e políticos têm de contribuir para melhorar a situação inaceitável no Qatar. Por isso, acolhi a iniciativa da Confederação Sindical Internacional e da Federação Alemã de Futebol [DFB], porque juntos podemos mudar alguma coisa. Estou convencido de que o Qatar está a lidar com o assunto de forma muito séria.
Estas conversas sobre o Qatar mostram a importância do papel que o futebol pode ter, a gerar publicidade [sobre o tema] e, assim, a promover a mudança», declarou Blatter no final da reunião, mediada pelo presidente da DFB, Wolfgang Niersbach.
No encontro, Blatter mandatou o membro do comité executivo da FIFA Theo Zwanziger para continuar conversações com a CSI, envolvendo igualmente organizações de direitos humanos e associações sindicais.
«Estamos muito contentes que a FIFA e a DFB se tenham juntado a nós na missão de estabelecer condições de trabalho humanas no Qatar [país anfitrião do Mundial 2022]. O Qatar deve garantir o cumprimento dos `standards´ da Orgnização Internacional do Trabalho para assim eliminar a discriminação e o trabalho forçado», declarou o presidente da CSI e da Confederação dos Sindicatos Alemães, Michael Sommer.
No início desta semana, a Amnistia Internacional publicou um relatório em que denuncia que os trabalhadores migrantes nas obras dos novos estádios qataris que vão acolher o Mundial são «tratados como animais», por vezes forçados a trabalhar sem remuneração e sem condições de segurança ou alojamento condignos.
Na quinta-feira, o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, também debate em sessão plenária a situação dos trabalhadores migrantes nas obras para o Mundial de Futebol de 2022, no Qatar.
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