A viagem da seleção brasileira de futebol entre o aeroporto do Rio de Janeiro e o centro de estágio da Granja Comary começou e acabou com manifestações anti-Mundial junto ao autocarro da "canarinha".
Primeiro, foram duas centenas de professores em greve a bloquear por aproximadamente meia hora o autocarro, que entretanto iniciou viagem, com escolta policial, em direção a Teresopolis, a cidade onde ficará a sede dos pupilos de Luiz Felipe Scolari, 91 quilómetros a sul do Rio de Janeiro.
Na chegada à Granja Comary, mais uma meia centena de pessoas a manifestar-se, dando a entender que a situação se poderá repetir e tornar mesmo mais grave.
Desde manhã que os professores, em greve desde 12 de maio, se concentraram junto ao hotel da seleção, na Ilha do Governador, perto do aeroporto, criticando, entre outros pontos, a falta de investimentos na educação e saúde, ao mesmo tempo que o Brasil recebe um Mundial de futebol.
"O Mundial não me interessa, quero dinheiro para a saúde e educação", gritavam os manifestantes, muitos com narizes de palhaço vermelhos. Quando chegaram junto ao autocarro, colaram autocolantes no veículo em que se podia ler "não vai haver mundial".
Na Granja Comary o ambiente esteve também tenso, com os manifestantes a relembrar que ainda não foram cumpridas as promessas públicas de realojamento das vítimas das cheias e deslizamento de terras em 2011.
A 17 dias da abertura do Mundial, sucedem-se as greves no Brasil, acompanhadas por grandes manifestações, como as ocorridas na passada semana com os condutores de autocarros de São Paulo, a cidade mais populosa do país.